Desde o início deste ano, os negócios envolvendo os cafés arábica e robusta estão bastante lentos no Brasil. Apesar da menor oferta na safra atual (2017/18), a expectativa de uma boa produção em 2018/19 tem mantido as cotações aquém das pretendidas pelos vendedores. Colaboradores do Cepea acreditam que produtores devem voltar a demonstrar interesse em negociar maiores volumes de café apenas nos próximos meses, devido à possível necessidade de “fazer caixa” para a colheita da nova safra. Do lado comprador, o interesse também tem sido baixo. Muitos adquirem apenas de forma pontual, esperando pelo início da nova temporada para comercializar maiores volumes do grão a preços possivelmente menores.
ARROZ: Vendedor ativo e baixo interesse comprador pressionam cotações no RS
O preço do arroz em casca segue em queda no Rio Grande do Sul, refletindo o baixo interesse da indústria por novas aquisições, principalmente de arroz “livre” (depositado nas propriedades rurais). A demanda reduzida por parte das processadoras, por sua vez, está atrelada à lentidão das vendas do produto beneficiado aos grandes centros consumidores e à concorrência com o arroz importado. Do lado vendedor, conforme colaboradores do Cepea, alguns orizicultores têm disponibilizado lotes para comercialização, devido à necessidade de “fazer caixa” para cumprir com pagamentos de safra e também por conta da limpeza dos silos para receber a nova safra (2017/18). Na parcial de janeiro (até o dia 30), o Indicador do arroz em casca ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros, registrou queda de 4,1%, fechando a R$ 35,84/saca de 50 kg nessa terça-feira, 30. De 23 a 30 de janeiro, especificamente, o recuo foi de 2%.
ALGODÃO: Cotações recuam neste final de mês, mas acumulam alta em janeiro
Os preços do algodão em pluma voltaram a cair no mercado brasileiro neste encerramento de janeiro. Entre 23 e 30 de janeiro, o Indicador recuou 2,56%, fechando a R$ 2,7649/lp nessa terça-feira, 30. Segundo pesquisadores do Cepea, a desvalorização está atrelada às quedas dos preços internacionais nesta última semana do mês, que acabaram influenciando os valores das negociações no Brasil. Além disso, indústrias resistem em aumentar os preços, alegando dificuldades no repasse das altas da matéria-prima aos fios e produtos derivados. Colaboradores do Cepea relatam, ainda, que vários lotes vêm apresentando alguma característica, e diferentes tipos de pluma aparecem num mesmo lote. Mesmo assim, devido à forte alta observada nas três primeiras semanas do mês, o Indicador do algodão CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, acumula variação positiva de 3,76% em janeiro.
CEBOLA: Preços registram leve queda no Sul
As cotações da cebola recuaram na maioria das regiões produtoras acompanhadas pelo Hortifruti/Cepea nos últimos dias. Os altos preços praticados nas semanas anteriores reduziram o escoamento da hortaliça, elevando os estoques e pressionando os valores. Em Ituporanga (SC), o preço médio pago ao produtor entre 22 e 26 de janeiro foi de R$ 0,96/kg, queda de 6,8% frente à média da semana anterior. Segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea, as cotações devem continuar em patamares satisfatórios aos produtores nos próximos dias.