Agentes consultados pelo Cepea têm opiniões divergentes quanto à produção de café da temporada 2022/23. A Conab indicou, em sua primeira estimativa, que a produção de arábica deve totalizar 38,7 milhões de sacas de 60 kg, aumento de 23,4% em relação à 2021/22. Apesar do avanço, que se deve à bienalidade positiva dos cafezais, o potencial produtivo esperado não deve ser atingido, por conta dos problemas climáticos nos últimos meses. Uma parte dos colaboradores do Cepea acredita que a produção nacional deve ser inferior ao indicado pela Conab, devido à alta taxa de abortamento das flores nos cafezais, por conta da seca e das geadas. Outros agentes, por sua vez, afirmam que o bom volume de chuvas desde dezembro, que vem auxiliando na condição das lavouras e no enchimento dos grãos, pode elevar o rendimento da safra 2022/23. Para esses agentes, o volume colhido na próxima temporada pode se aproximar do projetado pela Companhia.
ARROZ: INDICADOR ULTRAPASSA CASA DOS R$ 63/SC
As cotações de arroz estão firmes no Rio Grande do Sul, conforme apontam os dados do Cepea. De um lado, há restrição vendedora, visto que esses agentes aguardam patamares superiores para novas negociações. De outro, há maior interesse comprador, visando repor estoques. Compradores também apontam dificuldade de importar o produto do Paraguai, o que acabou elevando o interesse pelo cereal nacional. Mesmo assim, a liquidez continua baixa. O Indicador ESALQ/SENAR-RS (58% de grãos inteiros e pagamento a vista) avançou 1,46% entre 18 e 25 de janeiro, fechando a R$ 63,45/sc de kg no dia 25, após quase dois meses na casa dos R$ 62,00/sc.
ALGODÃO: COM VENDEDOR RESISTENTE, PREÇO SEGUE EM ALTA
O Indicador CEPEA/ESALQ do algodão em pluma continuou em elevação no balanço dos últimos sete dias, influenciado pelos altos patamares dos preços internacionais e pela posição resistente dos vendedores ativos. Entre 18 e 25 de janeiro, o Indicador CEPEA/ESALQ do algodão em pluma aumentou 1,08%, fechando a R$ 7,0120/lp na terça-feira, 25. Segundo informações do Cepea, cotonicultores estão mais voltados a atividades de campo da nova temporada e disponibilizam apenas alguns lotes da pluma a preços superiores no spot. Do lado comprador, indústrias estão cautelosas quanto a novas aquisições diante das altas nos preços e compram apenas quando há necessidade, utilizando a matéria-prima em estoque e/ou contratada. Esse cenário de menor demanda, porém, pressionou as cotações nos últimos três dias.