As cotações externas e, consequentemente, domésticas do café arábica dispararam nos últimos dias, impulsionadas por preocupações relacionadas à safra 2023/24. Nessa terça-feira, 30, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, posto na capital paulista, fechou a R$ 1.342,78/saca de 60 kg, aumento de 2,68% em relação à terça anterior, 23. No dia 26, especificamente, o Indicador atingiu R$ 1.351,64/sc, o maior patamar diário desde o dia 7 de julho. Segundo pesquisadores do Cepea, agentes nacionais e internacionais estão atentos às floradas precoces abertas nos últimos dias na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea (com exceção do Cerrado Mineiro) e a previsões indicando baixo volume de chuva para os próximos dias. Isso porque as floradas podem abortar caso o clima seja, de fato, menos chuvoso, o que prejudicaria novamente a oferta de arábica do próximo ano. Para o robusta, os valores permaneceram estáveis na última semana. Nessa terça-feira, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6 peneira 13 acima fechou a R$ 744,21/sc, elevação de 0,3% frente ao dia 23. Segundo pesquisadores do Cepea, a estabilidade dos preços está relacionada à retração de vendedores do spot – esses agentes estão à espera de novas altas das cotações para retornarem às negociações. Além disso, após permanecerem ativas em agosto, as indústrias de torrefação também se afastaram do mercado nos últimos dias.
ALGODÃO: DEPOIS DE CAIR POR DOIS MESES, INDICADOR SE RECUPERA EM AGOSTO
Após acumularem quedas por dois meses consecutivos, os preços do algodão em pluma voltaram a subir no Brasil em agosto, retornando aos patamares observados no fim de junho. Segundo pesquisadores do Cepea, essa recuperação esteve atrelada à posição firme de vendedores, que estiveram atentos às fortes valorizações dos contratos na Bolsa de Nova York (ICE Futures) e, parcialmente, da paridade de exportação. A baixa oferta no spot brasileiro, sobretudo de pluma de melhor qualidade, também reforçou o movimento de alta dos preços. Ressalta-se que o beneficiamento no Brasil não chegou nem na metade, e agentes estão focados no cumprimento de contratos a termo. Alguns compradores com interesse em adquirir novos lotes ao longo do mês aumentaram os valores de suas ofertas para atrair vendedores. No entanto, a disparidade entre os preços e a qualidade da pluma limitou a liquidez. Entre 23 e 30 de agosto, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, avançou 1,45%, fechando a R$ 6,7109/lp nessa terça-feira, 30. Na parcial do mês, o Indicador acumula forte alta de 12%.
TOMATE: OFERTA CRESCE E PRESSIONA VALORES EM AGOSTO
As cotações do tomate registraram ligeira queda em agosto, pressionados pelo aumento da oferta. Na parcial do mês (até o dia 29), o preço médio do salada, na roça, foi de R$ 34,79/cx (ponderada por classificação), recuo de 4,8% em relação à média de julho. Segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea, a maior disponibilidade é reflexo da concentração da colheita em agosto, devido ao clima mais frio no início do ciclo, em maio. Além disso, com as melhores condições climáticas, muitas regiões vêm registrando aumento de produtividade. Assim, houve relatos da entrada de tomates (rasteiro e envarado) produzidos em Goiás nos atacados de São Paulo e de Minas Gerais. Vale ressaltar que a leve desvalorização não seria um problema se os preços já não estivessem próximos dos custos de produção – os valores agosto ficaram 3,2% abaixo do gasto médio por unidade produzida.