As cotações domésticas do café arábica oscilaram ao longo de novembro. O Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, posto na capital paulista, chegou a operar na mínima de R$ 930,62/saca de 60 kg no dia 9 e máxima de R$ 1.003,01/sc no dia 30. Nos momentos de baixa, os valores internos e externos foram pressionados pelo clima favorável nas lavouras brasileiras de café – as chuvas foram frequentes – e por temores relacionados à instabilidade mundial. Já as altas foram influenciadas por chuvas pontuais de granizo em regiões cafeeiras e por movimentos de recuperações técnicas na Bolsa de Nova York (ICE Futures), que ocorreram após as bruscas perdas. No balanço do mês (de 31 de outubro a 30 de novembro), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, posto na capital paulista, ficou praticamente estável (com pequena queda de 0,23%), fechando a R$ 1.003,01/saca de 60 kg no dia 30. A média mensal foi de R$ 962,21/sc, a menor, em termos nominais, desde julho de 2021. Na ICE Futures, o contrato Março/23 encerrou novembro a 169,90 centavos de dólar por libra-peso, queda de 2,1% frente ao último dia de outubro.
No campo, as chuvas ao longo de novembro foram consideradas satisfatórias por agentes consultados pelo Cepea, mas granizo em parte das regiões e abortamentos geraram preocupações. O Sul de Minas foi a praça mais atingida pela queda de granizo, assim como parte do Cerrado Mineiro, Matas Mineiras (Zona da Mata) e Mogiana (SP). Em relação às floradas, agentes consultados pelo Cepea indicam que já há um volume significativo de abortamentos nas lavouras, devendo prejudicar a produção para a safra 2023/24. Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), entre 31 de outubro e 30 de novembro, as chuvas somaram 236,2 mm em Manhuaçu (MG), 201,2 mm em Patrocínio (MG), 192,4 mm em Franca (SP), 154,6 mm em Varginha (MG), 75,2 mm em Londrina (PR) e 48,8 mm em Marília (Garça – SP).
As cotações domésticas do robusta avançaram ao longo de novembro, impulsionadas pela maior presença de compradores no mercado spot nacional. Esses agentes mostram aumento no interesse pela variedade, sobretudo nesta época do ano, para utilizar o robusta em blends. Produtores, por outro lado, atentos a esse cenário, se afastam das negociações, à espera de novas valorizações do robusta. O Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6 peneira 13 acima terminou o dia 30 de novembro a R$ 609,67/sc, elevação de 3,9% em relação ao último dia útil de outubro. O tipo 7/8 fechou a R$ 599,27/sc, alta de 4,2% de no mesmo período. Já Na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), o contrato Março/23 encerrou novembro a US$ 1.175/tonelada, queda de 2% em comparação ao último dia útil de outubro.
No campo, cafeicultores do Espírito Santo se mostram preocupados com as lavouras. Com o estresse hídrico e as intensas ventanias relatadas em meses passados, a desfolha dos cafezais ocorreu de maneira intensa, ocasionando, em novembro, problemas no pegamento das flores. Na última semana de novembro, intensas chuvas no estado capixaba causaram danos em vias rodoviárias de acesso às regiões produtoras de café, dificultando o transporte e a comercialização dos cafés. Para Rondônia, a grande quantidade de chuvas foi satisfatória em novembro, mas produtores seguem preocupados com o alto índice de abortamento nos cafezais. De acordo com o Inmet, o acumulado de chuvas em São Mateus (ES) foi de 475,6 mm, em Linhares (ES), de 419,4 mm, e em Cacoal (RO), de 154,6 mm.