Café: Incertezas prevalecem às vésperas do início da tarifa dos EUA

Publicado 30.07.2025, 09:18
Atualizado 30.07.2025, 09:18

Às vésperas do início da tarifa de 50% anunciada pelos Estados Unidos sobre a importação de produtos brasileiros, o setor cafeeiro nacional segue marcado por incertezas. Segundo pesquisadores do Cepea, os preços domésticos têm acompanhado os movimentos das Bolsas de Nova York e Londres, com oscilações associadas à atuação especulativa de fundos, que vêm ampliando suas posições compradas diante da possibilidade de aumento das cotações, caso a tarifa entre em vigor nesta sexta-feira, 1º. Pesquisadores ressaltam que não há, até o momento, indícios claros de que os valores internos estejam recuando exclusivamente em função da medida tarifária. Os Estados Unidos são o principal destino das exportações de café do Brasil. Em 2024, o País respondeu por aproximadamente 23% do total comprado pelos EUA, em valores monetários, de acordo com estatísticas da Comissão de Comércio Internacional dos Estados Unidos (USITC, na sigla em inglês). A Colômbia representou cerca de 17% do total das importações norte-americanas, enquanto o Vietnã contribuiu com aproximadamente 4%. Pesquisadores lembram, ainda, que, no segmento do café arábica, em que o Brasil também lidera os embarques aos EUA, a Colômbia, principal concorrente, permanece isenta da nova tarifação. Quanto ao robusta, o Vietnã negocia a aplicação de uma alíquota reduzida de 20%, frente aos 46% inicialmente previstos. Diante da representatividade do Brasil nas importações de café dos EUA, o Cepea avalia que a eventual entrada em vigor da tarifa tende a impactar não apenas a competitividade do café nacional, mas também os preços ao consumidor norte-americano e a formulação dos blends tradicionais, que utilizam os grãos brasileiros como base sensorial e de equilíbrio. O Brasil, por sua vez, pode ser forçado a redirecionar parte de sua produção a outros mercados, exigindo agilidade logística e estratégia comercial para mitigar os prejuízos à cadeia produtiva nacional.

ARROZ: Apesar de valorização mensal, preços acumulam forte queda no ano

Os preços do arroz em casca no Rio Grande do Sul seguem em alta neste final de julho, sustentados pela demanda firme e pela oferta restrita, apontam levantamentos do Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, a maioria dos produtores continua negociando apenas volumes pontuais para cumprir obrigações financeiras, no aguardo de valores mais favoráveis. Pesquisadores explicam, ainda, que a perspectiva de exportações contribuiu para sustentar as cotações no mercado interno. Apesar da valorização do casca ao longo de julho, os preços acumulam forte queda de 30% no ano, de acordo com levantamentos do Cepea. O cenário, conforme o Centro de Pesquisas, compromete a rentabilidade da atividade e coloca em risco o planejamento da próxima safra, desmotivando o orizicultor, que agora pretende reduzir a área de plantio.

ALGODÃO: Safra 24/25 se encerra com exportações recordes

A safra brasileira 2024/25 de algodão está se encerrando com exportações recordes. Dados da Secex analisados pelo Cepea mostram que, de agosto/24 até a quarta semana de julho/25, o Brasil já embarcou 2,82 milhões de toneladas, volume 5% maior que o escoado em toda a temporada anterior (2,68 milhões de toneladas, até então o recorde da série da Secex). No mercado interno, levantamentos do Cepea mostram que as cotações do algodão em pluma continuam oscilando, refletindo a “queda de braço” entre agentes. Alguns vendedores demonstram maior flexibilidade quanto aos preços; porém, indústrias ofertam valores ainda mais baixos. Além disso, a dificuldade na aprovação dos lotes disponibilizados também limita a liquidez. Devido ao atraso na colheita e beneficiamento da temporada 2024/25, pesquisadores explicam que muitos players dão prioridade ao cumprimento de contratos a termo, especialmente porque boa parte foi realizada a preços mais atrativos que os praticados atualmente no spot nacional.

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