O Indicador CEPEA/ESALQ do café robusta tipo 6, peneira 13 acima, praticamente atravessou a primeira quinzena de abril renovando o recorde real da série do Cepea – iniciada em junho de 2001 para a variedade –, atingido no encerramento de março. Na parcial deste ano (até o dia 15 de abril), o Indicador já acumula expressivo aumento de 45,5% ou de 345,62 Reais/sc. Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso segue vindo de problemas relacionados à produção e ao escoamento do robusta do Vietnã, maior produtor global da variedade. Diante disso, a demanda externa continua sendo deslocada ao Brasil. Dados do Cecafé indicam que, em março, as exportações brasileiras somaram quase 4,3 milhões de sacas (de arábica e robusta), um recorde para o mês. Os envios de robusta, especificamente, somaram 850 mil sacas em março, 50% acima do volume embarcado em fevereiro/24 e quase sete vezes mais que em março/23.
ARROZ: PREÇOS SE SUSTENTAM NA 1ª QUINZENA DE ABRIL
Depois de acumularem queda de 5% em março, os preços do arroz em casca encerraram a primeira quinzena de abril em recuperação, com alta de 1,7%, conforme o Indicador CEPEA/IRGA-RS, 58% grãos inteiros (média ponderada para o estado do Rio Grande do Sul). Segundo pesquisadores do Cepea, o suporte vem do ritmo mais lento de colheita, agravado pelas chuvas intensas dos últimos dias. Além disso, produtores se mantêm retraídos, na expectativa de valorização no médio e longo prazos, diante da baixa relação estoque/consumo prevista para o final do ano-safra. Também houve, conforme indicam pesquisadores do Cepea, presença mais ativa de compradores, o que favoreceu a liquidez nas negociações do casca no RS. Esse cenário está atrelado à melhora da demanda local e de outros estados, como São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina.
ALGODÃO: AVANÇO DE ÁREA PODE GARANTIR PRODUÇÃO RECORDE EM 23/24
O Brasil deve colher 3,6 milhões de toneladas de algodão em pluma na safra 2023/24, volume 13,4% maior que o da temporada anterior e um recorde, conforme estimativas divulgadas neste mês pela Conab e analisadas pelo Cepea. A marca pode ser atingida mesmo com a projeção de queda na produtividade, de 2,5%, para 1.860 kg/ha, e, segundo pesquisadores do Cepea, viria do crescimento de 16,3% na área, que saltou para 1,94 milhão de hectares. Em relação ao mercado doméstico, as cotações da pluma seguem oscilando, ora impulsionadas pela posição firme de vendedores, ora pressionadas pelos menores valores ofertados por compradores ativos. A “queda de braço” quanto ao preço e/ou à qualidade dos lotes continua acirrada e limitando os fechamentos no spot. Pesquisadores do Cepea indicam, ainda, que agentes estão buscando realizar novos contratos a termo, seja para embarque nos próximos meses como também envolvendo a pluma das próximas temporadas (2023/24 e 2024/25).