Os contratos futuros do café nos mercados internacionais registraram forte movimento de correção nesta semana, apesar de terem alcançado novas máximas na segunda-feira, 7, com os arábicas atingindo seu maior nível desde janeiro de 2015. Entretanto, de lá em diante, observou-se um intenso movimento de realizações de lucro, que se alinhou à força do dólar ante o real e aos indicadores técnicos sobrecomprados na pressão sobre as cotações.
A divisa norte-americana apurou ganhos de 4,03% sobre a moeda brasileira no acumulado da semana até ontem, quando foi cotada a R$ 3,3614, sendo impulsionada pela vitória do republicano Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos. A percepção de investidores, de que os juros americanos poderão subir de forma mais agressiva devido à possibilidade de aumento dos gastos públicos e do corte de impostos no país para acelerar a economia, serviu de mola para esse avanço mundial do dólar.
Na Bolsa de Nova York, o vencimento dezembro do contrato C despencou 950 pontos na semana, encerrando o pregão de ontem a US$ 1,6185 por libra-peso. Na ICE Futures Europe, o vencimento novembro registrou declínio semanal de US$ 112, para o nível de US$ 2.133 por tonelada na sessão de quinta-feira. Do lado otimista, analistas entendem que o precário equilíbrio entre oferta e demanda pode ajudar a dar sustentação aos mercados cafeeiros internacionais.
No Brasil, os preços do café percorreram caminho próprio nesta semana, permanecendo praticamente estáveis e oscilando em proporção menos intensa em relação ao andamento dos mercados globais. Em função das incertezas relacionadas à safra 2017/18, os agentes continuam retraídos, com poucos negócios sendo efetuados.
Os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon foram cotados, ontem, a R$ 562,61/saca e a R$ 547,63/saca, respectivamente, com variações de -0,80% e 0,23% na comparação com o desempenho da semana antecedente.