Ao avaliar blockchains de camada 1 (L1), como Ethereum e Solana, é comum cometer o erro de focar na receita das taxas de transação (fee revenues) como principal métrica de valor. No entanto, essa abordagem não é eficiente.
Em um ecossistema de blockchain de uso generalista (sem especialização), as taxas desempenham um papel menor. As blockchains L1 de uso geral buscam reduzir suas taxas ao longo do tempo para incentivar a adoção em massa, como uma startup para atrair usuários.
A verdadeira captura inicial de valor nessas redes não está nas taxas, mas na utilização de seus tokens, ou seja, o uso de ativos como ETH e SOL como pares de negociação, colateral, e para o pagamento de taxas de transação dentro de seus ecossistemas.
No caso do Ethereum, as recentes atualizações, como o EIP-4844 (upgrade Proto-Danksharding), diminuíram as taxas de transação, o que, inicialmente, pode parecer negativo. No entanto, isso é um sinal positivo de longo prazo, pois taxas mais baixas incentivam um maior uso da rede.
A Solana também permanece com baixas taxas, mesmo que haja leves acréscimos ocasionais, o que favorece o crescimento da base de usuários e a manutenção da rede.
Assim como em startups, que queimam caixa nos estágios iniciais para crescer rapidamente, como o exemplo da Uber (NYSE:UBER) em seus estágios iniciais, blockchains como Ethereum e Solana estão mais preocupadas em escalar suas operações do que em gerar agora receita com taxas.
O foco é aumentar o número de usuários e atividades on-chain ao mesmo tempo em que o seu processamento e validação de dados (blocos na blockchain) permanecem sem erros.