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Carne Suína e Gasolina Lideram Mercado Internacional de Commodities no Trimestre

Publicado 31.03.2021, 10:25
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Quem poderia imaginar que a carne suína se daria melhor que a Opep+.

Mas, com as cortinas do primeiro trimestre se fechando, foi o porco magro quem entregou os melhores retornos entre as commodities, apesar do extraordinário repique da gasolina desde as mínimas da pandemia.

Os contratos futuros do porco magro negociados na Bolsa Mercantil de Chicago (CME) estão prestes a terminar o trimestre com uma alta de 44%, um pouco à frente da gasolina futura, que se valorizou 43% no mesmo período na Bolsa Mercantil de Nova York (NYME).

Gasolina Diária

E isso não é tudo. Na terça-feira, o contrato mais líquido da carne suína na CME atingiu mais um marco, ao tocar a máxima histórica de US$ 1,06 por lb, graças à restrição de oferta e à demanda robusta.

Carne Suína Diária

O índice do porco macro na CME, uma média ponderada de dois dias dos preços à vista da carne suína, atingiu US$ 97,38 por cem libras, nível mais alto desde outubro de 2014.

Febre Suína Africana (FSA) e demanda nos EUA explicam rali na carne de porco

A demanda dos consumidores americanos por carne suína está crescendo com a chegada da tradicional temporada de churrascos de verão. Os americanos estão preparando com muito entusiasmo seus quintais e espaços de convívio para realizar churrascos de confraternização, diante do aquecimento do clima e da promessa do presidente Joseph Biden de disponibilizar vacinas da Covid-19 a 90% da população adulta até 19 de abril.

O setor de restaurantes também está aumentando os estoques de carne de porco, preparando-se para o retorno das refeições em ambiente fechado após a flexibilização dos lockdowns.

Don Roose, presidente da US Commodities, afirma que espera a continuidade do rali na carne suína:

“O mercado de suínos está muito forte. Problemas sanitários no cinturão do porco no Meio-Oeste são enormes”.

A doença tem sido um problema não só para as varas de suínos americanos.

Um dos primeiros catalisadores do rali da carne de porco nos EUA foi a Febre Suína Africana (FSA), que dizimou 60% da população de suínos na China, maior consumidor desse tipo de produto, além de responder por 30% da oferta mundial. Para satisfazer sua demanda de porcos, a China recorreu a importações dos EUA.

A federação de produtores rurais dos EUA afirmou, em relatório divulgado há duas semanas, que a disseminação da FSA cresceu na China nos últimos meses, com novos epicentros identificados em pelo menos cinco províncias desde o início do ano.

A federação diz ainda:

“Diante de tantas incertezas, é muito difícil mensurar todo o impacto do aumento da epidemia na produção atual e futura. Isso está acentuando a incerteza já existente em torno dos números oficiais de recuperação".

Além dos fundamentos, a ação técnica também dá suporte ao mercado futuro do porco magro.

O Investing.com tem indicação de “Forte Compra” para o contrato negociado na CME, com os três níveis de resistência Fibonnaci a 1,0072, 1,0094 e 1,0129.

Se o contrato perder força, o suporte de três níveis de Fibonacci está a 1,0002, 99,80 e 99,45.

Gasolina dispara com melhores previsões de verão nos EUA e cortes da Opep+

A disparada na gasolina ocorre na esteira da forte retomada de todo o complexo petrolífero, especialmente após os cortes de produção da Opep+.

A aliança Opep+, formada pelos 13 membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e 10 aliados externos liderados pela Rússia, está evitando colocar no mercado pelo menos 7 milhões de barris por dia (mbpd).

Esses cortes ajudaram o barril de petróleo americano WTI e o do britânico Brent a se valorizar 25% no trimestre. Além disso, o setor está em destaque por causa da próxima reunião do cartel marca para a quarta e quinta-feira, cujo objetivo será avaliar as cotas de produção a partir de maio.

Embora a gasolina negociada na NYMEX estivesse a US$ 2 por galão na quarta-feira, abaixo da máxima trimestral de US$ 2.17 atingida em 15 de março, os analistas esperam que ela registre outro pico devido à perspectiva de aumento das viagens rodoviárias nos EUA até agosto.

As vendas de gasolina nos EUA em 2021 superaram os níveis do ano passado pela primeira vez desde março, de acordo com o Serviço de Informações sobre os Preços do Petróleo, da Reuters, na terça-feira.

Entretanto, a demanda ainda está abaixo dos níveis pré-pandemia, e esse aumento ano a ano é reflexo da destruição do consumo ocorrida no último ano em vez de uma forte recuperação econômica neste ano, segundo o relatório.

O consumo de petróleo nos EUA despencou 27% em abril de 2020, em comparação com 2019, por causa das proibições de viagens e as orientações para permanecer em casa, a fim de conter o coronavírus.

As vendas de gasolina nos mesmos postos na semana encerrada em 20 de março ficaram 10,1% acima de 2020, segundo o relatório, que pesquisou 25.000 estabelecimentos em todos os EUA. As vendas ficaram 16% abaixo dos níveis pré-pandemia.

Desde o início de 2021, os volumes de gasolina ficaram, em grande parte, na faixa entre 15% 18% abaixo dos níveis do ano anterior, ainda segundo o relatório.

Brian Norris, diretor executivo de combustíveis de varejo da OPIS, disse ainda:

“A verdadeira medida de recuperação será um retorno para os níveis pré-pandemia. É nesse nível que o avanço continua lento e, observando a gasolina, ainda temos um longo caminho pela frente”.

Assim como na carne suína, os indicadores técnicos também dão suporte à gasolina futura.

O Investing.com tem indicação de “Forte Compra” para o contrato negociado na NYMEX, com os três níveis de resistência Fibonnaci a 2,0112, 2,0254 e 2,0485.

Se o contrato perder força, o suporte de três níveis de Fibonacci está a 1,9650, 1,9508 e 1,9277.

Aviso de isenção: Barani Krishnan utiliza diversas visões além da sua para oferecer aos leitores uma variedade de análises sobre os mercados. A bem da neutralidade, ele apresenta visões e variáveis de mercado contrárias. O analista não possui posições nos ativos e commodities sobre os quais escreve.

 

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