A frustração dos investidores com a ausência de um discurso mais dovish (de alívio nos juros) e falta de sinalização de elevação no alívio quantitativo na Zona do Euro aumentou também a aposta de um Federal Reserve mais conservador na reunião da próxima semana.
Isso ocorre também devido à série de indicadores econômicos e corporativos acima das expectativas médias dos analistas, afastando, ao menos no curto prazo, a visão de uma recessão vindoura.
Para o Brasil, a perspectiva de um corte de juros cresce, porém a ‘briga’ é grande entre o que demandam as curvas de juros e a visão de uma série de analistas.
Seguindo a premissa que o Banco Central cita em suas comunicações mais recentes, inclusive em atas e comunicados do COPOM, o gatilho para um possível movimento de juros está na conclusão da reforma da previdência, algo ainda em aberto devido ao recesso parlamentar.
Por este ponto de vista, cortar os juros agora equivaleria a contar com os ‘ovos dentro da galinha’, ou seja, o imponderável da política pode tanto alterar a reforma para um formato menos favorável, como as votações podem atrasar por motivos alheios a fatores mensuráveis.
Ainda assim, residem as dúvidas na capacidade estimulativa dos juros no atual cenário de desalento econômico, dado o caráter estimulativo em que a taxa real se encontra, sem necessariamente se refletir diretamente na economia real.
É de se fazer a seguinte pergunta: os custos de empréstimos estão ainda elevados, com spread expressivamente elevado e oferta de crédito elevado. Um corte de juros fará com que os bancos subitamente se tornem mais lenientes e reduzam todos estes custos, fazendo seu papel para estimular a economia?
Dados os mais recentes resultados dos bancos, aparentemente não. Daí a dúvida também da autoridade monetária quanto à eficácia dos cortes.
Na agenda econômica, atenção ao PIB americano e aos dados do Governo Central no Brasil.
Na agenda corporativa, localmente Usiminas (SA:USIM5) e Hypera (SA:HYPE3) e no exterior, Nestlé, McDonald's, AIA, NTT, Colgate-Palmovile, Twitter, Audi e Renaut.
CENÁRIO POLÍTICO
O Ministério da Infraestrutura informou e ficou acertado com os caminhoneiros uma nova tabela de frete entre autônomos, indústria e transportadoras, com 11 tipos de cargas transportadas sendo mensuradas individualmente e revisão anual.
O fim da greve é certo, assim como um pouco do liberalismo econômico do governo, a cada vez que "cede" como fez com o FGTS e as construtoras.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, na expectativa pelo PIB americano e balanços.
Na Ásia, o fechamento foi negativo, com temores de um Fed menos agressivo, após o BCE hawkish.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, exceção ao cobre.
O petróleo abre alta, com as tensões no Golfo em alta.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 1,9%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 3,7794 / 0,15 %
Euro / Dólar : US$ 1,11 / -0,108%
Dólar / Yen : ¥ 108,65 / 0,018%
Libra / Dólar : US$ 1,24 / -0,153%
Dólar Fut. (1 m) : 3782,83 / 0,34 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 20: 5,42 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 21: 5,46 % aa (0,92%)
DI - Janeiro 23: 6,35 % aa (1,28%)
DI - Janeiro 25: 6,90 % aa (0,88%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -1,41% / 102.655 pontos
Dow Jones: -0,47% / 27.141 pontos
Nasdaq: -1,00% / 8.239 pontos
Nikkei: -0,45% / 21.658 pontos
Hang Seng: -0,69% / 28.398 pontos
ASX 200: -0,36% / 6.793 pontos
ABERTURA
DAX: 0,440% / 12416,52 pontos
CAC 40: 0,559% / 5609,22 pontos
FTSE: 0,492% / 7525,89 pontos
Ibov. Fut.: -1,48% / 102888,00 pontos
S&P Fut.: 0,243% / 3013,80 pontos
Nasdaq Fut.: 0,479% / 8020,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,01% / 78,97 ptos
Petróleo WTI: 0,61% / $56,36
Petróleo Brent:0,49% / $63,70
Ouro: 0,31% / $1.419,02
Minério de Ferro: -0,13% / $120,09
Soja: -1,03% / $15,39
Milho: 0,00% / $417,50
Café: -0,45% / $100,05
Açúcar: 0,17% / $12,01