O mês de fevereiro foi bastante positivo para as bolsas dos países desenvolvidos, fazendo os índices acionários recuperarem o fraco começo do ano e encerrar no acumulado dos dois primeiros meses em alta.
Janet Yellen, nova presidente do banco central americano, sinalizou que se a economia continuar desacelerando o FED pode revisar a redução de liquidez que vem ocorrendo – nada de novo até aqui.
Os índices de commodities nos últimos cinco dias tiveram performances mais tímidas, sendo que o SPGSCI escorregou 48% puxado pela queda de 24.87% do gás natural.
O café mais uma vez subiu com ganhos de US$ 14.29 a saca em Nova Iorque, e US$ 5.28 a saca em Londres – ambos para os contratos de maio.
A falta de chuva de janeiro, e as chuvas abaixo da média em fevereiro fizeram o arábica subir 62.42% no ano, e a volatilidade implícita das opções saltar de 27% para 60%.
Institutos meteorológicos ainda não prevêem precipitações significativas que ajudem a recuperação dos cafezais no Brasil, e a consequência é a redução das estimativas da safra brasileira.
O saldo mundial para o ano safra 2014/2015 que era de um superávit entre 6 e 8 milhões de sacas até algumas semanas atrás, virou para um déficit que alguns imaginam poder chegar a 5 milhões de sacas.
A despeito disto, a movimentação do físico tem sido excelente no principal produtor mundial, com os produtores vendendo seus cafés acima de R$ 400.00 a saca, ganho de mais de R$ 120 reais em menos de um mês. As tradings também têm aproveitado para comprar o que podem com o alargamento dos diferenciais, fazendo com que os estoques na mão dos produtores e cooperativas migrem para seus armazéns.
No Vietnã os volumes de comercialização também aumentaram, e deve aparecer ainda mais café se Londres romper os US$ 2200 a tonelada. Os baixos estoques certificados da LIFFE e uma demanda aquecida pelo robusta faz com que o contrato de março de 2014 entre o período de notificação com prêmio de US$ 75 / ton sobre o maio. O prêmio traz à tona a questão de convergência com o físico, discussão que tem sido recorrente naquele mercado e é parcialmente explicada pela questão logística. Mesmo assim não custa mencionar que a arbitragem está em US$ 83 centavos por libra, ou seja, a saca do robusta da LIFFE está US$ 110.76 mais barata do que o arábica da ICE.
A semana de carnaval no Brasil certamente diminuirá o fluxo de negócios, e logo de vendas no terminal, que fica à espera de uma confirmação de bons volumes de chuva para então trazer alguma tomada de lucro dos fundos.
Compras por parte de indústria devem aparecer caso haja uma queda grande, fora isto o que se vê são fixações pontuais.