Sem novidades nos fundamentos, o comportamento dos futuros do café arábica foram influenciados pelo movimento do dólar e por indicadores técnicos.
No Brasil, a moeda norte-americana foi cotada, ontem, a R$ 3,3017, com alta de 0,7% em relação ao fechamento da semana anterior. O cenário externo, de desvalorização dos preços do petróleo e também permeado de especulações quanto às decisões que serão tomadas na reunião do Banco Central dos Estados Unidos (FED, em inglês), nos dias 20 e 21 de setembro, favoreceu essa tendência.
O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) reafirmou que a colheita de café arábica da safra 2016/17 está praticamente finalizada no Brasil, com volume e qualidade dos grãos superiores aos da temporada antecedente, na maioria das regiões produtoras. O encerramento da colheita favoreceu a retomada das vendas externas, situação comum nesta época do ano.
Dados do Informe Estatístico do Café do Mapa mostram crescimento das exportações totais brasileiras (café verde e industrializado) em agosto. Foram 2,97 milhões de sacas embarcadas, com aumento de 43% em relação ao volume registrado em julho. A receita cambial gerada foi de US$ 476,8 milhões, 47,6% superior à do mês anterior. Em comparação com o mesmo período de 2015, houve pequena redução no volume (-0,8%), mas o valor exportado, em dólares, não apresentou variação significativa.
A atenção agora está voltada para as condições climáticas que ditarão o desenvolvimento da safra 2017/18 do Brasil. Segundo a Climatempo, na semana de 16 a 22 de setembro está prevista precipitação acumulada de até 50 mm na região Sul de Minas Gerais. No leste de São Paulo e mineiro, as chuvas não devem ultrapassar os 20 mm. O clima continuará seco nas demais regiões produtoras, entre elas o Espírito Santo, aumentando as preocupações quanto à oferta de conilon.
Na ICE Futures US, o vencimento dezembro do Contrato C foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,489 por libra-peso, com queda de 225 pontos em relação ao fechamento da semana passada. O vencimento novembro do contrato futuro do robusta, negociado na ICE Futures Europe, encerrou o pregão de ontem a US$ 1.936 por tonelada, com valorização US$ 27 em relação à última sexta-feira. Essa tendência reflete a preocupação com a oferta da variedade em nível mundial, já que o clima seco afeta a produção nos principais países produtores: Vietnã, Brasil, Indonésia e Índia.
Os preços praticados no mercado físico nacional apresentaram discreta valorização, favorecida pelo comportamento do câmbio. Os indicadores calculados pelo Cepea para as variedades arábica e conilon foram cotados a R$ 502,93/saca e a R$ 430,95/saca, respectivamente, com variação de 0,8% e 0,4% em relação ao fechamento da semana anterior.