O mercado cambial e as condições climáticas no Brasil voltaram a orientar os movimentos dos contratos futuros do café arábica nesta semana. Ontem, o dólar comercial foi cotado a R$ 3,47, com alta de 1,14% em relação ao fechamento da última sexta-feira. Preocupações com o plebiscito que definirá a permanência ou a saída do Reino Unido da União Europeia, a decisão do Banco Central dos Estados Unidos (FED, em inglês) de manter o nível dos juros e o cenário político interno foram os principais fatores que determinaram o comportamento da moeda norte-americana.
Em relação ao desenvolvimento da safra brasileira, as previsões meteorológicas indicam para possibilidade de elevação das temperaturas, após o recente período chuvoso, seguido por ondas de frio intenso, que afetou o cinturão produtor de café arábica. Ainda não foi possível mensurar os prejuízos decorrentes desses fenômenos. Porém, segundo o levantamento realizado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) na semana passada, a expectativa inicial é que as baixas temperaturas não tenham causado perdas expressivas de forma generalizada nas lavouras. O quadro abaixo (clique para ampliar) resume a informações divulgadas pela instituição.
Na ICE Futures US, o vencimento setembro do Contrato C foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,4145 por libra-peso, com alta de 260 pontos em relação ao fechamento da semana anterior. O vencimento setembro do contrato futuro do robusta, negociado na ICE Futures Europe, encerrou o pregão de ontem a US$ 1.685 por tonelada, com perdas de US$ 22 na comparação com a sexta-feira passada.
No mercado físico nacional, os indicadores calculados pelo Cepea para as variedades arábica e conilon foram cotados a R$ 494,84/saca e a R$ 389,52/saca, o primeiro com alta de 2,43% e o segundo sem variação significativa em relação ao fechamento da semana anterior.
Os preços da saca do conilon seguem sustentados pela situação de aperto de oferta. Segundo o Cepea, o rendimento das colheitas do Espírito Santo e Rondônia tem sido pouco satisfatório. Além disso, há temores de produção abaixo do potencial também na safra 2017/18, já que a estiagem prolongada prejudicou as lavouras e há relatos de produtores que optaram por abandonar a atividade.