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Como Fica o ESG em Tempos de Guerra?

Publicado 21.08.2022, 18:05
Há algumas semanas, países importantes da União Europeia anunciaram a ampliação no uso de carvão como alternativa para evitar um desabastecimento de energia. Alemanha, Áustria e Holanda são exemplos disso. Com a guerra entre Rússia e Ucrânia, houve corte no fornecimento e uma tentativa do ocidente de excluir produtos e commodities russas do mercado global. 
 
Com isso, em alguns locais, a inflação do gás já passou de 90% e representa, ao lado dos combustíveis e dos alimentos, boa parte da alta de 9% do IPC (indicador de inflação ao consumidor europeu) registrado no mês de junho.  
 
Embora a decisão de retomar o uso do carvão traga um alento de curto prazo para a questão da demanda energética na Europa, alguns líderes e agentes de mercado começaram a alertar para o risco de retrocesso em relação aos esforços ambientais dos últimos anos. 
 
A própria presidente da Comissão Europeia, Ursula Von Der Leyen alertou os membros da União Europeia para essa questão. Ela ressaltou que os governos do bloco precisam manter o foco em investimentos de energias renováveis, fala que parece não ter causado efeitos práticos neste momento.  
 
Por outro lado, muitos também demonstram uma certa insatisfação com a resolução para o problema uma vez que o velho continente é um dos grandes expoentes da questão ambiental no mundo. Não estariam eles relativizando o discurso de proteção ao meio ambiente por conveniência agora que as coisas estão difíceis?
 
A gestora de ativos e seguradora britânica Royal London reconheceu que a crise do gás é um problema. De acordo com a instituição, o cenário atual pode significar uma redução nas políticas de investimento responsáveis no curto prazo e ressaltou que algumas empresas podem retroceder, podendo, inclusive, perder posições em classificações de ESG.  
 
Para ajudar, o inverno europeu, um dos mais hostis do mundo, se aproxima em meio a uma onda de calor que gerou uma grande demanda por aparelhos de ar condicionado. 
 
Uma rede varejista inglesa anunciou nas últimas semanas um aumento de mais de 1.000% na venda de sistemas de refrigeração para casa. Os ventiladores, mais baratos, tiveram um aumento de mais de 1.500% na demanda. 
 
Do lado da política monetária, vários esforços estão sendo feitos em todo o mundo a fim de conter a escalada da inflação, que, em partes, é fruto do cenário de guerra na Europa. O BCE surpreendeu ao elevar a taxa em 0,50% bps na última reunião. Atualmente, ela encontra-se no patamar de 0%, depois de um bom tempo negativa em -0,5%. 
 
Nos EUA, o Fed já apertou os juros para 2,50% a.a. e o próprio Jerome Powell, que preside a entidade, destacou o conflito no Leste Europeu como fator importante de pressão sobre os preços. 
 
E destacou que o ritmo das elevações da taxa vai depender dos dados recebidos e das perspectivas de evolução da até então maior economia do mundo. 
 
Somado ao cenário beligerante descrito acima, ainda temos Taiwan como ponto importante a ser observado. Recentemente, novos parlamentares norte-americanos visitaram a ilha e tensionaram ainda mais a relação com a China, que, por sua vez, realizou novas atividades militares na região com o uso de mísseis. 
 
A região é um polo tecnológico fundamental para o abastecimento do mercado de microchips no mundo. A alta de preços de eletrônicos e até mesmo carros tem relação com a produção deste tipo de insumo na localidade. Portanto, qualquer tipo de conflito ou sanção econômica envolvendo os taiwaneses tende a piorar este quadro. 
 
Feito este resumo, vale repetir o questionamento inicial deste artigo. Com a crise energética e geopolítica, como fica a questão ambiental? 
 
Diversos especialistas e porta-vozes de companhias europeias têm dado declarações no sentido de que “daremos um passo para trás a fim de avançar dois no futuro”. É esperar para ver. Enquanto isso, é preciso que as empresas sigam neste processo de maior responsabilidade social por conta própria mesmo quando o mundo parece não estar observando. Bons negócios!

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