No mercado, dia “D” é simplesmente o dia útil vigente. As corretoras costumam colocar em D+3 o intervalo entre a realização de uma operação e a sua liquidação financeira. Ou seja, três dias úteis após a efetiva operação.
No exército, Dia D é o termo utilizado para o dia em que um ataque ou uma operação de combate devem ser iniciados. Ficou famoso com a invasão à Normandia pelos aliados na Segunda Guerra Mundial.
Esta quarta-feira pode ser o dia D militar para os mercados, se o Banco Central americano iniciar a retirada dos estímulos à economia dos EUA.
Todos ao menos deveriam estar com as barbas de molho até as 17hs, horário marcado para o resultado da reunião do Fed.
O Fed vai retirar os estímulos?
Sem dúvida. Mas é menos provável que seja hoje.
A panelada do Bernanke
Grande parte dos investidores acredita que Bernanke continuará cozinhando o chamado tapering. Estou com eles.
Fosse apostar em uma data, seria para janeiro próximo. Mas isso (o efetivo dia D) não importa.
Independentemente se fará tapering hoje ou amanhã, o Fed precisa ir preparando o terreno, e qualquer sinalização nesse sentido tem gerado reações efusivas nos mercados.
Como você não deve ficar líquido
No M5M anterior falei para o pessoal “ficar líquido” até o final de abril. Não quis dizer para você emendar o Natal ao Carnaval enchendo a cara.
A ideia é manter seu bolso leve, preservando capital e segurando uma bala na agulha para aproveitar eventuais oportunidades abertas pela tempestade.
Até lá você terá muuuito mais visibilidade sobre questões como a retirada dos estímulos nos EUA, as eleições no Brasil e a provável perda do rating.
Você não vai “ficar líquido” nas NTN-B, esta é uma oportunidade de obter um juro real (descontada inflação) que você não encontra em nenhum lugar do mundo com este perfil de risco. Mas lembre-se que os 6,75% de juro real ainda podem virar 8%.
Como você deve ficar líquido (e leve)
Qual a aplicação de maior liquidez (diária) com algum retorno?
A poupança, embora pague pouco do CDI em comparação a uma LFT e exija o cumprimento da “data de aniversário” da aplicação para engatilhar o rendimento, ainda é a opção de se manter líquido com algum retorno mais acessível à pessoa física.
Recomendaria também procurar um bom fundo de renda fixa com baixa volatilidade e baixa taxa de administração, além de resgate em até D+1. Embora pague administração e IOF, o fundo pode ir bem e o IOF só vai até a rentabilidade. Assim, se você não sabe quando vai precisar do dinheiro, pelo menos não fica na dúvida de receber (juros) só depois dos aniversários. Você pode também tentar umas LFTs bem curtinhas.
Espero para comprar ações?
Com a tempestade iminente, essa tem sido uma dúvida constante dos leitores. Melhor esperar os desdobramentos (ou maior visibilidade) da Tempestade para se posicionar em preços que tendem a ser mais atrativos?
Falando em termos gerais sim.
No entanto, há ações que não têm medo da chuva, que devem subir mesmo em um mercado em queda, seja por exposição ao dólar, melhorias no negócio ou resiliência nos resultados. Dedicamos uma série especial a estas dez oportunidades (uma por episódio).
Hoje, quem assinar a série do Investidor de Valor, além de levar a “Carta a Warren Buffett”, com as cinco coisas que você precisa saber urgente sobre ações brasileiras, leva de graça esta primeira edição da ação que não tem medo de chuva.
Perdedores e ganhadores?
Conversamos esses dias sobre as ações que ganham com a derrota das empresas em leilões de concessões. E as ações que perdem quando a empresa sai vitoriosa no leilão por um novo projeto.
“Na cabeça de investidor, muitas vezes não vale trocar uma possibilidade de retorno adicional pela certeza de mais investimento (endividamento).”
Ora, e se eu te disser que ontem a Ecorodovias (ECOR3) subiu bem (+2,55%) depois que perder a BR-163, mas a CCR (CCRO3), vitoriosa, também registrou ganhos (+1,18%)?
Bom, a percepção de risco é um tanto diferente para o caso. Os R$ 3,4 bilhões de investimentos necessários para os cinco primeiros anos do projeto são uma coisa para a estrutura de capital da CCR (empresa de R$ 30 bilhões na Bolsa), e outra para a da Ecorodovias (que vale R$ 8 bilhões).
No fim das contas, é tudo uma questão de porte, de base de comparação.
De volta ao passado
Vários M5M atrás, em 18 de março, perguntei qual seria o próximo negócio do JP Lemann e do fundo 3G Capital.
“Uma característica interessante de seus últimos negócios é a complementaridade. Temos a AB Inbev para as bebidas, o Burger King para os hamburgueres, a Heinz para os condimentos e agora a Diletto para a sobremesa. O que vem depois disso?”
Depois disso tudo, será que uma sopinha cai bem?
Para visualizar o artigo completo visite o site da Empiricus Research.