Evidente, meu barato
Jerome Booth é conhecido como um dos gestores globais que mais lucraram com a crise brasileira de 2002.
Em entrevista à Bloomberg, ele desenha claros paralelos entre aquele passado e este presente.
Na época, a maioria dos gringos achava que o Brasil quebraria.
Os poucos que nadaram contra a corrente captaram praticamente todo o lucro embutido em gordos prêmios de risco.
Booth cultiva um bordão astuto, pois também antifrágil:
Todos os países são arriscados. A diferença é que, em países emergentes como o Brasil, o risco é evidente, e não oculto.
Investidores ficam sobreamedontrados perante riscos evidentes e subamedontrados por riscos ocultos.
Para Booth, a recuperação dos ativos brasileiros deve começar em questão de meses, não de anos.
Para nós, a Virada de Mão já começou.
Cinema Paradiso
Tudo isso ajuda a entender que a Virada de Mão não é um cenário paradisíaco, mas sim de riscos evidentes (e preços ocultos).
Conforme tuitou meu amigo Felipe Miranda, você dorme imaginando a queda do Cunha, sonha com a renúncia da Dilma e, quando acordar, quem terá perdido o emprego é o Levy.
Iniciamos esta semana com tantas especulações quanto as do término da semana passada.
Seria hora do contra-ataque de Eduardo Cunha, lamentavelmente brasileiro?
Cunha vai aceitar de pronto o novo pedido de impeachment, esperado para amanhã?
De 2015 para 2016, o cordeiro imolado Levy daria lugar a um novíssimo Meirelles. Esse, por sua vez, trocaria os comandos do Planejamento e do Bacen...
Tais possibilidades interessam aos jornais, mas só confundem o investidor.
O futuro é opaco - podemos tão somente atribuir probabilidades e impactos.
Tolerância 0%
Num tom menos especulativo e mais factual, o TCU deseja que o Governo quite imediatamente as pedaladas de R$ 40 bi com bancos públicos em 2015.
É uma grande preocupação para Marcelo Saintive, o secretário do Tesouro.
Não é que Saintive não queira quitar as pedaladas; é que o dinheiro anda curto.
Quando perguntado se seria tolerável um novo déficit primário em 2016, ele responde que “nem pensar”.
Logo depois, diz que as esperanças residem na aprovação da CPMF e na retomada econômica do ano que vem.
Por ora, a concepção de CPMF sequer foi cogitada no Congresso.
E o Focus indica expectativa de -1,22% para o PIB de 2016.
Um FANG pra chamar de seu
Lá fora, a nova sigla da moda é FANG: Facebook, Amazon, Netflix e Google.
Combinadas numa panela tecnológica, essas quatro empresas reúnem um valor de mercado próximo a USD 1 trilhão e respondem por 5% do SPX, brigando para a Bolsa americana fechar o ano no positivo.
Quem seria o FANG tupiniquim?
1) Ambev (SA:ABEV3), BRF (SA:BRFS3) e Cielo (SA:CIEL3), com 15%, ostentam a bandeira de um consumo que teima em resistir à crise.
2) Itaú (SA:ITSA4), Itaúsa e Bradesco (SA:BBDC4) reúnem 20% do Ibovespa, representando os bancos.
3) As quase esquecidas Petro e Vale, também 15%, prometem voltar um dia.
Entre o 1 justamente precificado e o 3 anticíclico, eu fico por enquanto com o 2.
Mão na massa
Como nosso risco é largamente sistêmico, a mesma Mão da Virada que alcança a prateleira da Bolsa serve também para pegar oportunidades no mercado imobiliário.
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