BALANÇO SEMANAL — 23 a 27/03/2015
ESPECULAÇÕES
Nesta semana, novamente nos deparamos com especulações sem fundamentos técnicos a respeito do tamanho da safra 2015 de café do Brasil, com números supervalorizados e fora da realidade, evidenciando que esses players têm o objetivo único de tentar pressionar as cotações e tirar proveito para adquirir café a preços aviltados e inferiores aos custos dos produtores. Frente a este cenário, o CNC, como representante da produção cafeeira nacional ao lado da CNA, volta a público para externar que repudia veementemente irresponsabilidades como esta e reiterar que a colheita brasileira neste ano não se situará fora do intervalo estimado, tecnicamente e in loco, no campo, pela Fundação Procafé, que é de 40,3 milhões a 43,25 milhões de sacas.
MERCADO
As cotações futuras do café voltaram a registrar perdas nesta semana, que será mais curta devido ao feriado da Semana Santa. A pressão baixista é motivada pelo dólar fortalecido e pelo aumento dos estoques nos países consumidores. Apesar do real ter se valorizado ante a divisa norte-americana nos últimos dias, de modo geral a moeda nacional segue enfraquecida.
Os investidores avaliam como positivo o clima de negociação entre os Poderes Executivo e Legislativo para a consecução do ajuste fiscal no Brasil. No âmbito externo, a criação de postos de trabalho nos Estados Unidos, em março, ficou abaixo das expectativas, o que diminui a possibilidade de uma alta iminente nos juros daquele país. Com isso, o dólar comercial encerrou a sessão de ontem a R$ 3,1725, acumulando queda de 2,10% desde a última sexta-feira.
O mês de março encerrou trazendo informações de aumento dos estoques de café monitorados pela ICE Futures US e pela ICE Futures Europe em 35 mil sacas e 180 mil sacas, respectivamente. Entretanto, deve-se ressaltar que os estoques certificados de café arábica se encontram em patamar 11% inferior ao observado no mesmo período do ano anterior. De acordo com a All Japan Coffee Association (AJCA), os estoques de café do Japão totalizavam 181.412 toneladas (o equivalente a 3,02 milhões de sacas de 60 kg) em janeiro.
A entidade informou que o crescimento do volume estocado no primeiro mês de 2015 foi da ordem de 103,1% em relação a dezembro de 2014. Na ICE Futures US, o vencimento maio do Contrato C foi cotado, na quarta-feira, a US$ 1,3485 por libra-peso, acumulando queda de 335 pontos em relação ao final da semana passada. Na ICE Futures Europe, as cotações do robusta também caíram.
Ontem, o vencimento maio/2015 encerrou o pregão a US$ 1.750 por tonelada, com perdas de US$ 38 desde o final da semana anterior. No mercado físico brasileiro, os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon foram cotados a R$ 451,70/saca e a R$ 302,20/saca, respectivamente, com variações negativas de 1,5% e 2,17% nos últimos três dias.
Segundo o Cepea, a liquidez seguiu baixa para os grãos de qualidade superior, mas, para o arábica tipo 7, bebida rio, o mercado está aquecido, como elevada procura pelas torrefadoras nacionais devido aos preços mais baixos e à maior oferta.
Atenciosamente,
Silas Brasileiro
Presidente Executivo