Fora da Média
Da China para o mundo
Inflação ao consumidor continua desacelerando rápido na China: rodou a apenas +1,3% ao ano em outubro, contra +1,6% em setembro.
E eu com isso?
Deflação ao produtor é ainda mais preocupante (-5,9%), marcando o 44º mês consecutivo de queda.
Veja, então, que não estou falando de outubro de 2015, mas sim de uma tendência claramente firmada.
O que acontece com a China agora - e, em parte, com o Brasil - começou lá em 2007.
Do mundo para os emergentes
A grande crise financeira que eclodiu nos EUA em 2007 pode ser dividida em três partes.
Primeiramente, é claro, experimentamos o contágio via subprime americano, que culminou na quebra da Lehman.
Poucos anos depois, tensões análogas de sobre-endividamento se irradiaram sobre a Zona do Euro, tomando a Grécia como epicentro.
E agora é a vez dos mercados emergentes.
Como descemos até este terceiro degrau?
Quem explica é Jim Rickards, estrategista global da Agora Inc, agora traduzido ao português pela Empiricus.
Brazil, referência global
Nem EUA nem Europa conseguiram resolver efetivamente seus problemas. O paliativo encontrado se deu no corte das taxas de juros e nos programas de afrouxamento quantitativo, ainda majoritariamente em voga.
É como se EUA e Europa tivessem optado por desalavancar seus balanços às custas da alavancagem dos mercados emergentes, incentivada à época pelo forte crescimento de tais mercados (sobretudo da China).
As métricas de dívida dos emergentes aumentaram exponencialmente nos últimos anos… sem que o crescimento do PIB acompanhasse esse endividamento.
No caso brasileiro, o fenômeno é particularmente emblemático.
Nosso PIB não só deixou de crescer, como passou a recuar ao ritmo de -3% a.a.
E enquanto a China tem deflação, retomamos uma superinflação de dois dígitos.
Provou-se determinante a contribuição trágica do Governo Dilma dentro de um cenário internacional já desafiador.
Nosso falcão é pombo
A solução mais sustentável pede a desalavancagem de nosso balanço tupiniquim, que depende principalmente de economias feitas pelo setor público.
Por isso, Joaquim Levy briga dia a dia pelo tal do ajuste fiscal, à sombra de Meirelles.
Um outro caminho - à la Rui Falcão - estabelece que devemos estimular o PIB sem ajuste fiscal, bombando o crédito ao consumo e captando empréstimos internacionais.
Esse “outro caminho”, tenebroso, configura o maior risco à economia brasileira neste momento.
Aquilo que apelidamos de O Terceiro Mandato de Dilma - por ora mantido afastado sob limites tênues.
Congratulações
Mas hoje é dia de aniversário daqueles que, em vista a tantas ameaças, ousam apostar na Virada de Mão.
Abordemos, portanto, coisas mais agradáveis
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Não posso garantir que sempre daremos dicas acima da média, mas estou certo de que elas serão fora da média.