O mercado internacional do café andou de lado esta semana, respeitando os níveis de resistência nas bolsas. Na ICE Futures US, o vencimento setembro do Contrato C foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,4215 por libra-peso, com leve alta de 25 pontos em relação ao fechamento da semana passada. O vencimento setembro do contrato futuro do robusta, negociado na ICE Futures Europe, encerrou o pregão de ontem a US$ 1.813 por tonelada, US$ 25 acima da cotação da última sexta-feira.
Em Nova York, as cotações tiveram pouca volatilidade devido ao pouco interesse de venda de origens e à pouca força técnica do mercado para trabalhar abaixo de US$ 1,40 ou acima de US$ 1,50. Segundo analistas, com a aproximação do verão no Hemisfério Norte, os compradores devem se retirar do mercado em agosto, assim, os desempenhos do dólar e do real passam a ser vistos como decisivos para dar uma sinalização a respeito do próximo movimento nas bolsas. Na semana, a divisa norte-americana registrou alta 1,18%, encerrando a quinta-feira a R$ 3,2965.
Outro ponto que vem sendo observado como provável orientador dos preços é o clima no Brasil. De acordo com a Somar Meteorologia, o tempo permanecerá seco no País, favorecendo o andamento da colheita. Uma frente fria avança pelo oceano, afastado da costa de São Paulo, mas não chega a mudar o tempo de forma significativa em áreas cafeeiras.
Por outro lado, a Somar informa que essa frente fria ocasionará ventos que trarão ar mais frio para a Região Sudeste, fato que volta a provocar noites mais frias. Na zona da Mata e no leste de Minas Gerais, na Zona da Mata do Espírito Santo e na Bahia há possibilidade de chuviscos em função de ventos mais úmidos vindos do mar. Mas, nos primeiros cinco dias de agosto, a tendência é que o tempo permaneça seco, com temperaturas baixas ao amanhecer, porém sem risco de geadas.
No mercado físico, os preços do café arábica subiram na semana, acompanhando a valorização externa e em função da oferta reduzida. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os cafeicultores seguem focados na entrega de lotes contratados anteriormente, aguardando maiores aumentos para negociar no spot. O indicador calculado pelo Cepea para a variedade foi cotado, ontem, a R$ 489,49/saca, com alta de 0,83% em relação ao fechamento da semana anterior.
Para o robusta, as negociações também seguiram limitadas e o cenário manteve-se positivo em função da restrição de oferta, que reflete o cenário de estiagem vivido pelos cafezais no Espírito Santo. O indicador do Cepea para a variedade conilon registrou avanço de 1,33% na comparação com a semana antecedente, cotado a R$ 420,46/saca, novo patamar recorde da série histórica.