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Deflação no Brasil? Você Não Entendeu Errado, Mas Segure o Champanhe

Publicado 18.08.2022, 13:29
Atualizado 09.07.2023, 07:32

Pois é, você não leu o título errado. O IPCA, nosso principal indicador de inflação ao consumidor do país, registrou queda de 0,68% em julho. Sim, o índice apresentou deflação mensal – o que significa que os preços de bens e serviços caíram entre um mês e outro. Esse foi o menor resultado para o mês desde o início da série histórica (em 1980), mas está longe de contar toda a história.

Antes de tudo, vale lembrar que deflação nem sempre é positiva para a economia. Pelo contrário, preços caindo podem sinalizar graves crises, marcadas por um forte enfraquecimento da demanda, que acaba por desincentivar a produção.

Como você deve imaginar, esse não é o caso do Brasil hoje. Porém, antes de estourar o champanhe e comemorar “o fim da inflação”, vale destacar outros detalhes da situação atual.

O alívio temporário

Primeiro, a deflação observada em julho foi puxada pela redução de impostos sobre bens e serviços específicos – no caso, combustíveis, telecomunicações e eletricidade. Com menos tributos incidentes sobre eles, o preço final desses bens e serviços ao consumidor caiu, mesmo sem diminuir na demanda. A queda, então, é explicada pela redução de determinados impostos federais e estaduais sobre bens como gasolina e gás de cozinha (alguns destes sendo até zerados) – por meio de mudanças legislativas aprovadas pelo Congresso recentemente.

Ou seja, a queda da inflação não se deu de maneira disseminada e estrutural no mês. Pelo contrário, se não considerarmos esses itens com preços mais voláteis (como gasolina e energia), a inflação seguiu positiva em julho – ou seja, preços subindo.

Além disso, não podemos esquecer que a inflação segue “rodando” acima de 10% no acumulado em doze meses (a métrica mais usualmente observada como referência popular à inflação). Daí a sensação de que tudo segue muito caro. Afinal, os preços de bens e serviços no país subiram, em média, 10% se compararmos ao ano passado (12 meses atrás).

Finalmente, mas não menos importante, uma parte da queda desses impostos (os impostos federais) é temporária. Ou seja, tem validade apenas até o fim deste ano. Deste modo, quando esses tributos voltarem ao patamar anterior, os preços também tendem a voltar – a não ser que o vendedor opte por um desconto.

Nesse ponto, vale lembrar que sempre há a possibilidade de tais reduções de impostos tornarem-se permanentes, caso aprovado no Congresso. Nesse caso, os preços deixariam de subir de imediato. Porém, não se engane! O gasto adicional (afinal, o governo arrecada menos) precisaria ser pago de qualquer forma: com mais dívida, aumento de outros impostos ou mais inflação no futuro.

A luz no fim do túnel e as feras do ano eleitoral

Dito tudo isso, há um lado positivo e não conjuntural no que vimos no resultado do IPCA de julho: o pior parece ter ficado para trás, pelo menos por ora.

É possível observar que alguns preços começam a perder fôlego, com o mundo voltando a produzir e escoar produtos normalmente (especialmente com a normalização da atividade na China) e preços de commodities caindo no mercado internacional. E, nesse ponto, o medo de uma recessão global acaba jogando a favor. Afinal, mundo que cresce menos, consome menos, produz menos, e demanda menos insumos básicos.

Nesse contexto, o diabo passa a morar no setor de serviços. Com a economia normalizada, o mercado de trabalho melhorando e benefícios fiscais renovados, o consumo de serviços ganha força – pressionando os preços.

A taxa Selic em 13,75% ao ano (determinada pelo Banco Central) é uma das principais armas nessa cruzada, encarecendo o crédito e desaquecendo a demanda por bens e serviços. Porém, junto dela, precisam andar as expectativas sobre a inflação no futuro. Afinal, a inflação é o que chamamos de profecia autorrealizável: se todo mundo acha que os preços não vão parar de subir, todo mundo aumenta o seu próprio, e a inflação efetivamente sobe.

Porém, as expectativas são feras mais difíceis de domar. E o ano eleitoral as torna ainda mais ferozes.

Últimos comentários

Igual ao JN , cada noticia boa vem um monte de ruim atras , sempre cheio de “mas” …
No Brasil quanto mais deflação mais os preços sobem kkk
kkkkkk sempre tem o MAS quando despiora ladeira acima. kkkkkkk
Depiora otima
Racheil, você acertou na mosca! Só no Brasil há tantos incautos em acreditar na velha retórica do efeito psicológico da farsa dos números. Nossa despolitização total é sem precedentes na literatura mundial.
que jornaleira.aceita vermelhinhos doutrinados. geraçao perdida.
Artigo tendencioso com viés político...
Esqueceu que a arrecadação está subindo, portanto, compensando a perda de arrecadação dos tributos reduzidos.
Boa análise Rachel de Sá, liga não para os comentários abaixo, são feitos por zumbis....rsBom artigo!
Boa análise Rachel de Sá, liga não para os comentários abaixo, são nauseabundo.
o certo é: por HORA. Fora isso, sempre a conjunção adversativa : MAS .... os lulovers da Faria Lima são fofos ... com o bolso deles e acham que o deus estado deve cuidar dos vulneraveis com o nosso dinheiro. Fofos ....
Quanta bobagem de uma JORNACHISTA falando sobre Economia...Ao contrário do que do o texto bisonho, tanto a deflação como o crescimento do PIB se da pela normalização da Economia, com aumento de produção, excesso de arrecadação tributária, queda de desemprego e o retorno ao CIRCULO VIRTUOSO DA ECONOMIA.Privatizações e enxugamento da máquina pública também contribuem para a diminuição de despesa estatal e repasse ao consumidor através de diminuição/zeramento de alguns impostos.Esqueçam o besteir0l da JORNACHISTA e confiem na do ECONOMISTA.
Oiii !!!!!!
Sou mais Barsi, que disse que o governo mente. A inflação é na verdade uns 40% a.a.A falta de dinheiro para quem efetivamente financia o produtor dos insumos mais básicos, também encarece o crédito fazendo a inflação subir.Bolhas que ainda vão estourar, mas que hoje prometem ganhos altos, reduzem a oferta de crédito barato.
então... não é que o governo mentiu ou não. é mais que isso é calculado de forma errada no mundo todo, por exemplo o PIB (os gastos do governo com hospitais e campos de futebol são computados de forma positiva no PIB, quando não deveriam 🤷🏼‍♂️)
Fazer churrasco de carne de boi no Brasil, é um caso popular.
Rachel de Sá, meus parabéns, você conseguiu os comentários necessários para continuar escrevendo (engajamento). Mas não precisava ser uma matéria tão bosta e enviesada, assim. Não vai dar promoção, mas vai garantir o pão de amanhã kkk
Lamentável o mas, mas, mas! O forte destas reduções nas energias, não é temporária; A uma tendência de continuar a redução nos combustíveis ainda; E a redução destas energias vai provocar a redução de custos de transporte no geral de quase todos os demais bens de consumo! Então, análise tchuca tchuca!
Boa Análise.Antes a redução dos preços dos combustíveis e energia sinalizava queda nos preços de toda a cadeia produtiva e consequentemente dos preços ao consumidor…O que mudou? O Presidente!!!
Em resumo, tá uma m... E só enganação do gado.
Deflação pode ser ruim!? pqp, militância até aqui? como a deflaçao pode ser ruim com os preços das commodities nas alturas?
Depois que a bolsa ja subiu tudo vem esse textão fácil de fazer. Da próxima tenta escrever na hora certa…
22 NELES!!!
Perfeito!
Apesar da enfadonha turma do "mas". estamos "despiorando"
tá ruim, mas tá bão! mas, mas, mas.... nunca tá bão
Sou desenvolvedor de software para aplicações verticais. Entendo pouco de Economia. A mocinha deve ter estofo pra trazer esses alertas. Se o Guedes a seguisse, talvez ele não afirmasse que o Brasil vai crescer pelos próximos 10 anos com essa política liberal.
Ano eleitoral e ele é ministro do governo atual que tem um CANDIDATO a reeleição!! Você acha que o Guedes vai falar merda e disparar notícias negativas sobre a economia do país??? Acorda! Claro que ele vai jogar a favor, jogamos véu e grinalda sobre a economia. Notícias negativas do governo faltando apenas 2 meses para as eleições é um tiraço no pé!!!
pois é... acho que minha ironia foi mal dosada. Ficaria mais óbvio se eu comparasse o Lattes dos dois.Ops.... Talvez vc ache que eu acredite que o currículum dela é melhor que o do ministro, mas aí esquece.
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