Dólar (DXY) pode ampliar ganhos se trégua comercial gerar realocação de demanda

Publicado 12.05.2025, 11:34

Em um desdobramento relevante para os mercados globais, o dólar americano avançou com força nesta segunda-feira, após o anúncio de que Estados Unidos e China firmaram um acordo para suspender, por 90 dias, a aplicação de tarifas comerciais. O entendimento representa um possível ponto de inflexão nas tensões comerciais que vinham pressionando os mercados e comprometendo o crescimento global desde os anúncios tarifários do ex-presidente Trump no chamado “Dia da Libertação”, em abril.

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, confirmou nesta segunda-feira que as duas maiores economias do mundo chegaram a um acordo durante as negociações realizadas no fim de semana em Genebra. O pacto prevê a suspensão temporária das tarifas recíprocas, o que alivia, ainda que provisoriamente, os temores de uma guerra comercial destrutiva.

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O episódio ocorre após semanas de escalada, iniciadas com as medidas unilaterais de Trump em 2 de abril, que desestabilizaram os mercados. A disputa ameaçava comprometer cadeias globais de suprimento e reduzir o comércio bilateral, que somou mais de US$ 650 bilhões em 2024. Embora os detalhes completos do acordo ainda não tenham sido divulgados, o objetivo imediato é criar espaço para negociações mais amplas e evitar novos danos à atividade econômica.

A reação dos mercados foi imediata: o iuane chinês atingiu 7,2001 por dólar, maior patamar desde novembro.

Impactos sobre o dólar e outras moedas

A recuperação do dólar após o anúncio do acordo marca uma reversão expressiva em relação à trajetória descendente observada desde abril.

Segundo Kenneth Broux, estrategista sênior da Société Générale para câmbio e juros, “o dólar estava ficando para trás na recuperação frente a outros mercados desde as mínimas de abril. Agora, os elementos estão se alinhando para uma correção mais intensa e uma recuperação mais ampla, acompanhando os movimentos das ações e dos títulos”.

A divisa americana mostrou força especialmente contra moedas tradicionalmente defensivas: valorizou-se 1,7% frente ao iene japonês, cotado a 147,835, e 1,5% contra o franco suíço, a 0,84405. O índice do dólar, que mede a performance da moeda ante uma cesta de seis moedas, teve forte recuperação desde a queda pós-tarifas, mas ainda acumula baixa de 2,5% em relação aos níveis anteriores ao anúncio de 2 de abril.

O euro recuou 1,3% frente ao dólar, negociado a US$ 1,1109, enquanto a libra esterlina caiu 1,1%, para US$ 1,3175. Analistas observam que essa valorização do dólar reflete não apenas a reação imediata ao acordo comercial, mas também uma retomada da confiança nos ativos americanos, que haviam sido penalizados nas últimas semanas.

Agora, o foco dos investidores se volta para os próximos dados da economia americana. O mercado acompanha a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) nesta terça-feira e das vendas no varejo de abril na quinta, indicadores que devem fornecer mais clareza sobre os efeitos econômicos da disputa comercial e suas implicações para as futuras decisões do Federal Reserve.

Índice do Dólar avança com força após acordo tarifário

No início desta segunda-feira, o Índice DXY era negociado em forte alta, refletindo a resposta imediata do mercado ao anúncio do acordo. O índice abriu o dia a 100,69 e se manteve em alta nas primeiras horas de negociação.

Nos últimos cinco dias, o índice acumula alta de 1,81%, e no mês, sobe 2%. Ainda assim, apresenta queda de 6,17% nos últimos três meses, 6,31% no ano e 3,41% em 12 meses — o que revela que, apesar da recuperação atual, o dólar continua pressionado em 2025.

A escalada do índice ocorreu em meio a desempenho misto nos mercados acionários dos EUA: o Dow Jones recuava 0,29%, aos 41.249,38 pontos; o S&P 500 caía 0,07%, aos 5.659,91 pontos; e o Nasdaq Composite operava praticamente estável, a 17.928,92 pontos.

Já os mercados globais responderam de forma amplamente positiva à trégua comercial. Na Ásia, os principais índices registraram ganhos, com destaque para o BSE SENSEX da Índia, que subiu 3,74%, e o Hang Seng de Hong Kong, com alta de 2,98%. Na Europa, o CAC 40 avançava 1,59% e o DAX alemão subia 1,10%.

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