Esqueça por um momento a derrocada do Ibovespa, estamos chegando na Copa.
Você liga a TV e multiplicam-se as reportagens clichê sobre a Rússia.
Velhos russos tomando vodka no café da manhã, crianças russas brigando com ursos e, principalmente, matrioskas.
Matrioskas são aquelas bonecas russas, de diferentes tamanhos, inseridas umas dentro das outras.
Elas resolvem para mim toda e qualquer discussão financista sobre métodos de análise top-down versus bottom-up.
Top-down é a abordagem na qual o investidor começa seus estudos amparado em causas macro e então vai descendo para os níveis micro, até chegar em uma recomendação.
Por exemplo: a demanda mundial de petróleo ultrapassou a oferta, compre PETR4 (SA:PETR4).
Na outra ponta, o investidor bottom-up apaixona-se primeiro por um motivo específico e só depois vai subindo para o macro.
Por exemplo: venda PETR4 pois Pedro Parente não vai aguentar continuar lá por muito tempo.
Eu nunca levei tão a sério essa dicotomia.
Você nasceu para ser top-down ou bottom-up?
No fundo, somos nós quem escolhemos as razões que preenchem nossas paixões interiores.
Tanto faz se é de cima para baixo ou de baixo para cima.
A razão que eu escolhi para preencher minha paixão metodológica por valuation é a das matrioskas.
Dentro de um mundo, há sempre outro mundo pequenino e, no interior desse último, outro mundo ainda menor.
Inseridos um a um, todos esses mundos formam o universo complexo de determinada empresa ou fundo imobiliário. Um universo que sempre existiu, e que só aguardava ser descoberto por você, o investidor.
Não faz diferença se você começa de cima ou de baixo, não existe um mundo mais importante que o outro.
Para decidir comprar ou vender uma ação, você tem que brincar com TODAS as suas matrioskas.
Por exemplo: se o preço do petróleo dispara lá fora e o Parente pede arrego aqui dentro, qual é a boneca top e qual é a boneca bottom?
Difícil, não?