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Descoberto Novo Pré-sal

Publicado 04.02.2015, 21:59
PBR
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Decoberto um novo pré-sal

Ontem comentei en passant as notícias sobre a saída de Graça Foster da Petrobras. Após a publicação do M5M, ao longo da tarde, as ações da Petrobras ganharam força com o rumor, especulando quadros executivos que seriam ideais e um resgate da credibilidade da empresa.

Com isso, os papéis registraram no pregão da véspera seu maior rali desde 1998. Nem o pré-sal provocou tamanha variação percentual nas cotações.

Descobrimos um novo pré-sal?

Ainda não.

A propósito, dado que ainda não temos um novo management, sabe qual foi o único evento material de ontem?

O rebaixamento do rating da estatal agora pela Fitch, que, assim como a Moody’s, ainda manteve a perspectiva negativa da nota para possível rebaixamento adicional.

Foi, justamente, aquele único evento completamente ignorado pelas ações.

A destruidora de reputações

Minha crítica de princípio, fique claro, diz respeito à reação do mercado.

Mas há um forte componente de fluxo atrelado, pela cobertura de posições vendidas (short squeeze), portanto, damos um desconto...

Há tempos, vinha defendendo a perda de credibilidade da gestão atual da empresa. E concordo com a troca da executiva, confirmada nesta quarta-feira em comunicado.

Graça era tecnicamente uma boa profissional e até então não há qualquer relação dolosa provada dela com o esquema de corrupção.

No entanto, sua situação ficou insustentável: se toda sua diretoria está sob risco, é no mínimo de se reconhecer que ela pecou por leniência - bem como Dilma enquanto presidente do Conselho de Administração da estatal, durante o período crítico de gestação do esquema de corrupção, segundo apontam as acusações.

Portanto, Graça pode não ser corrupta e ter, sim, a sua parcela de culpa.

Mas não é exatamente esse o meu ponto...

Quando Graça assumiu, em fevereiro de 2012, eu cubria óleo e gás e Petrobras aqui na Empiricus. À ocasião, lembro como se fosse ontem, elogiei a indicação da executiva, como uma gestora de perfil técnico para resgatar a credibilidade da empresa, que vinha de 10 anos seguidos sem cumprir uma meta de produção anual sequer.

O mercado como um todo comemorou a saída de Gabrielli e uma gestão mais profissional e “pé no chão” para a empresa. Quando assumiu, Graça chegou a criticar a gestão anterior por metas irrealistas e teve por um período o seu nome ilibado, tal como um Levy.

Deu no que deu. 


Recordar é (sobre)viver

Enquanto não houver a nomeação de uma nova equipe, não há razão para comemorar. A tática de demitidos no cargo é péssima para governança. E ninguém pode ser mandado embora sem substituto à altura, oras.

Mercado reza para um “dream team”, formado por Levy (Conselho) e Agnelli ou Meirelles (CEO) com gestão autônoma e diretores profissionais, seguindo o mercado e livrando a estatal da ingerência política.

É o que ouvi de diversos agentes de mercado no calor da véspera.

Como vimos, em termos de impacto sobre as ações, é algo melhor inclusive do que uma descoberta de pré-sal.

É, portanto, algo que está no preço...

Mas, ironicamente, não é nada que impeça novas altas do papel, como a da abertura desta quarta-feira. Em episódios de exuberância irracional de PETR, cansei de ver o mercado incorporar um mesmo rumor seguidamente sobre as ações, em um típico caso de dupla, tripla (e até mais) contagem.

Não faltam episódios recentes neste sentido, como da entrada de Henrique Meirelles, que assumiu a estatal umas 5 vezes de dezembro para cá, ou do vai-não-vai de reajustes no preço dos combustíveis.

Quase sempre termina do mesmo jeito: sem a confirmação do rumor e com um belo ajuste nas cotações a posteriori.

Fica o alerta: os problemas de Petrobras são muitos, não são restritos a Graça Foster e à gestão operacional, estão enraizados na cultura de ingerência política e desvios de governança corporativa da empresa e na situação extremamente delicada de sua estrutura de capitais, cujas contas simplesmente não fecham.

Ontem mesmo outra instituição (a Fitch) alertou para a possibilidade de default no caso de quebra de cláusulas com credores (covenants), e foi completamente ignorada pelo mercado. 
 Um tanto ingênuo acreditar que um super-homem salvará a empresa, ou que o governo abrirá mão de intervir na estatal.

O risco de calote (no preço dos títulos)

Sobre esse risco da estrutura de capitais, chamo atenção para o gráfico abaixo, que compara o rendimento oferecido pelo cupom cambial brasileiro (juro em dólares no Brasil) com o oferecido pelos títulos de dívida da Petrobras:

Rendimento

Traduzindo: Petro tem de pagar até 5 pontos percentuais de prêmio sobre o juro médio de Brasil para que os credores aceitem tomar o seu risco.

E não trata-se apenas dessa distância absurda entre as curvas...

Como conversamos no M5M da segunda-feira, há sim um risco de contágio atrelado à crise da Petrobras. Ou seja, ela própria está puxando a média (curva verde) para cima.

Isolando isso, esse prêmio de risco-Petro é ainda maior.

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