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Dobrando a Mão (na aposta errada)

Publicado 09.09.2014, 23:14
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O rali às avessas

Os mercados enfrentam uma terça-feira indecisa, após véspera de forte realização. Mais uma vez o rali eleitoral domina os holofotes, desta vez às avessas, pelas apostas de crescimento de Dilma nas próximas pesquisas - há uma penca delas no decorrer desta semana, com destaque para o Datafolha, que deve ser divulgado hoje.

Com isso, mais uma vez os fundamentos são relegados ao segundo plano...

Analisando estritamente as referências materiais da agenda econômica e corporativa, temos motivos de sobra para ficar ainda mais apreensivos. Depois da confirmação do quadro de recessão técnica, de revisões de estimativas de bancos para um crescimento da economia brasileira para 0,1% em 2014 e da eclosão de mais um escândalo de corrupção sobre a principal propulsora da alta da Bolsa (Petrobras), a novidade da vez é a colocação do rating brasileiro em observação negativa pela agência Moody’s.

Implicações práticas

A perspectiva negativa é o passo antecedente para o efetivo rebaixamento da classificação de risco soberano brasileiro. Não podemos elogiar as agências de rating pela proatividade, definitivamente. Ultimamente, os ajustes na nota brasileira têm vindo após o mercado já ter efetivamente embutido o aumento do risco sobre os títulos tupiniquins.

A escalada vertiginosa dos juros reais brasileiros, que passaram de 3% ao ano na metade do ano passado para mais de 6%, reflete justamente a exigência de maior prêmio de risco para se investir em Brasil. Bem como a disparada dos Credit Default Swaps, grosso modo, o “seguro” contra Brasil.

Seja como for, boa notícia não é. Pode afastar, na margem, ainda mais o investidor estrangeiro, além de alimentar, no futuro, suposição de perda de investment grade (atualmente, estamos dois degraus acima) em se mantendo a atual política fiscal irresponsável.

E o dólar agradece.

O tal do sistêmico

Lembrando que o juro do ativo livre de risco (em tese, os títulos do Tesouro Nacional) serve de base para o apreçamento de todos os demais ativos: você parte da taxa livre de risco e embute em cima dele um prêmio de risco. É a base do modelo CAPM, por exemplo, que serve como referência para a precificação de ativos.

Ou seja, o risco soberano é a baliza para a classificação de risco corporativo, afetando também o custo de captação das empresas no mercado internacional. Sim, isso também torna ainda mais nociva a prática de tomar dívida no mercado internacional para pagar dividendos gordos aos acionistas e, assim, fazer superávit primário.

Vocês não estão se contradizendo?

Temos recebido uma série de questionamentos do tipo: “poxa, o cenário é alarmante, vocês têm sustentado perspectiva pessimista da economia brasileira com O Fim do Brasil, e têm coragem de manter recomendação a investimentos, incluindo ações?”

Não seria uma contradição?

Pelo contrário, entendemos que períodos como o atual amplificam sobremaneira a necessidade de informação financeira de qualidade para preservação de patrimônio e, mais do que isso, aproveitar oportunidades abertas pela crise. A ideia sempre foi comprar ao som dos canhões e vender ao som dos violinos, e não o contrário.


A nova censura

O economista Alexandre Schwartsman sofreu queixa-crime movida pelo Banco Central por críticas realizadas contra a instituição. Schwartsman, que é ex-diretor do Banco Central, afirmou que a gestão atual do Bacen “atua de forma subserviente [ao Palácio do Planalto], incompetente e frouxa”.

Mesmo com a negativa da juíza federal Adriana Delboni Taricco, que rejeitou a queixa-crime, porta-vozes do Banco Central sinalizaram (a princípio, depois negado) a insistência do processo em outras instâncias. Em resposta, mais de 40 economistas de peso assinaram manifesto em favor da liberdade de expressão. Dentre eles Marcos Lisboa, Affonso Pastore, Armínio Fraga, Mansueto de Almeida, Eduardo Gianetti, Gustavo Franco, José Roberto Mendonça de Barros, e por aí vai...

"A intolerância com a divergência e com a crítica ácida e o recurso da máquina pública para suprimir o contraditório (...) configuram uma prática incompatível com os valores que uma democracia deve ter e cultivar" .

Na veia.

PS: No livro do Fim do Brasil, o autor da tese, Felipe Miranda, conta os bastidores da tentativa de censura que a Empiricus sofreu. O livro, que já é um grande sucesso de vendas, está em promoção exclusiva de pré-venda, com valor promocional. Já foram mil exemplares em menos de um dia de pré-venda.

O mundo dá voltas

Como economista-chefe do Santander, em 2011, o mesmo Schwartsman criticou publicamente a gestão da Petrobras, citando que a estatal vinha utilizando expediente de contabilidade criativa para beneficiar o Tesouro e instrumento para o mesmo fazer superávit primário...

Dias após a crítica, o economista foi desligado do banco. Se tudo transcorrer bem, Schwartsman palestrará em nosso evento de fim de ano, quando comemoraremos cinco anos de Empiricus. Em breve, volto com novidades quentes a esee respeito.

Dobrando a mão - a pior notícia do dia

A despeito da provável perda do rating, é entrevista de Guido Mantega ao Globo o que mais assusta. Entre os habituais pontos pouco críveis, como a insistência de que a economia brasileira vai crescer mais de 1% este ano, o Ministro afirmou que “ela [Dilma] vai levar essa política econômica até as últimas consequências”.

Com a afirmação acima, reforçamos a suspeita de que os quadros técnicos são irrelevantes, que a política econômica é do partido. Vão dobrar a mão na tragédia chamada nova matriz econômica e levar-nos a uma crise financeira em 2015. Qualquer semelhança com a tese sobre O Fim do Brasil não é mera coincidência.

Além do risco de dobrarem a mão na aposta atual, as declarações batem de frente em questões como a autonomia do Banco Central e velhos paradigmas de luta de classes e demonização do mercado de capitais...

Normal que a oposição use todos os instrumentos que tem. Avaliação do Focus (mercado financeiro) não é relevante. Importante é a avaliação da população.

Para visualizar o artigo completo visite o site da Empiricus Research.

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