- O dólar caiu com força abaixo dos 99 pontos em meio ao aumento das tensões geopolíticas e comerciais.
- O aumento das tarifas anunciado por Trump reacende o risco de novas guerras comerciais e coloca em xeque a trégua firmada com a China.
- Indicadores econômicos dos EUA previstos para esta semana, em especial o relatório de payroll na sexta-feira, devem influenciar a trajetória da moeda.
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O dólar iniciou a semana em queda acentuada, rompendo o patamar de 99 pontos e testando as mínimas da semana passada. A combinação entre o agravamento das tensões geopolíticas, o endurecimento da política comercial dos Estados Unidos e a agenda carregada de indicadores econômicos tem deixado os investidores mais cautelosos. Apesar de ter registrado leve recuperação na semana anterior, a moeda americana perdeu força novamente diante do aumento da incerteza política e econômica.
Acordo comercial com a China em risco?
O principal fator de pressão sobre o dólar tem sido o anúncio do presidente Donald Trump de que as tarifas sobre aço e alumínio importados subirão de 25% para 50% a partir de 4 de junho. A decisão elevou os temores de uma retomada da guerra comercial, deteriorando o sentimento dos investidores.
A medida também lançou dúvidas sobre a trégua temporária firmada com a China em Genebra no mês passado. Trump acusou o governo chinês de violar o acordo, o que foi veementemente negado por Pequim. Ainda não está claro se os dois líderes se encontrarão em breve.
Kevin Hassett, diretor do Conselho Econômico Nacional dos EUA, afirmou que um encontro entre Trump e o presidente chinês Xi Jinping pode ocorrer ainda nesta semana, mas os mercados têm tratado essa possibilidade com ceticismo.
Alguns analistas acreditam que os EUA não pretendem retirar integralmente as tarifas. A ausência de uma diretriz clara, porém, amplia a incerteza de longo prazo. Além disso, o índice do dólar segue pressionado pelas preocupações com o enfraquecimento da economia americana. Segundo o Morgan Stanley (NYSE:MS), a atividade nos EUA pode perder fôlego até meados de 2026, o que levaria a cortes na taxa de juros. O banco projeta que o DXY pode recuar cerca de 9%, para a região dos 91 pontos, nível observado pela última vez durante a pandemia.
Semana decisiva com dados econômicos relevantes
A direção do dólar nos próximos dias dependerá dos dados que serão divulgados ao longo da semana. Nesta segunda-feira, o mercado acompanha os índices ISM manufacturing PMI dos EUA e PMI da indústria da zona do euro. Também serão monitorados os discursos de dirigentes do Federal Reserve, em busca de pistas sobre os próximos passos da política monetária.
Na quarta-feira, serão divulgados o relatório ADP sobre o emprego no setor privado e o Livro Bege do Fed. Na quinta, saem os dados da balança comercial e os pedidos iniciais de seguro-desemprego. Já o dado mais importante da semana será publicado na sexta-feira: o relatório de payroll dos Estados Unidos.
Esses números podem influenciar diretamente a política monetária de curto prazo do Fed. A expectativa é de desaceleração na criação de vagas, mas a taxa de desemprego deve permanecer em 4,2%. Caso os dados mostrem resiliência no mercado de trabalho, os temores de recessão podem diminuir e o dólar se fortalecer. Em caso contrário, a pressão sobre a moeda deve aumentar.
Riscos geopolíticos ganham força
As tensões internacionais também vêm influenciando o comportamento do dólar. No fim de semana, a Ucrânia lançou um ataque com drones contra instalações militares russas, danificando quase 40 bombardeiros, segundo relatos. A escalada do conflito levou os investidores a buscar ativos considerados mais seguros. A resposta da Rússia ainda é incerta. Há expectativa de novas negociações em Istambul, mas os ataques recentes colocam em dúvida o avanço de qualquer acordo diplomático.
Enquanto isso, os mercados monitoram a reunião do Banco Central Europeu nesta quinta-feira, quando é esperada uma redução de 25 pontos-base na taxa de juros. Embora a decisão pressione o euro, o cenário político e econômico mais instável nos Estados Unidos pode dar suporte à moeda europeia frente ao dólar.
Em resumo, o índice do dólar tem sido impactado pelas tensões comerciais, sinais de desaceleração econômica e riscos geopolíticos crescentes. A falta de clareza quanto à política do Fed e o agravamento do atrito entre EUA e China continuam moldando as expectativas. O payroll de sexta-feira será um dos dados mais determinantes da semana.
Perspectiva técnica para o dólar
Apesar de ter desacelerado a queda na semana passada, os desdobramentos do fim de semana voltaram a pressionar o índice do dólar. Com a perda do suporte intermediário em 99 pontos, a moeda americana voltou a operar abaixo da faixa em que vinha encontrando apoio desde abril.
Se a tendência atual persistir, o índice poderá testar novamente o nível de 97,90 ao longo da semana. Um fechamento semanal abaixo dessa marca indicaria o retorno ao canal de baixa iniciado em fevereiro. Nesse cenário, o movimento de queda poderia se estender nos próximos meses para a região dos 95 pontos e, posteriormente, em direção a 92.
Por outro lado, se houver alívio nas tensões comerciais e os dados desta semana surpreenderem positivamente, o dólar pode voltar a encontrar suporte na faixa dos 98 pontos. Em caso de recuperação, fechamentos diários acima de 99,65 poderiam sinalizar reversão de tendência, com o índice mirando a região entre 100 e 102 pontos. No entanto, o cenário atual ainda favorece uma continuidade da tendência de baixa.
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