Dólar se reaproxima dos R$5,60 impulsionado pelo exterior após acordo entre EUA e UE
Tem gente que mal consegue dormir de tanta preocupação com o futuro. E tem gente que dorme até demais… confiando cegamente na previdência privada. Mas será que esse sono tranquilo tem fundamento
Quando a tranquilidade vem do lugar errado
Um levantamento recente apontou que mais de 3.600 fundos de previdência – 84% do total – renderam menos de 7% no primeiro semestre de 2025. Para fins de comparação, o CDI no mesmo período foi de 6,4%.
Ou seja, a grande maioria dos fundos ofereceu um retorno apenas marginalmente superior ao indexador mais básico da renda fixa. E muitos investidores sequer percebem que estão ficando para trás.
Multimercados que não diversificam tanto assim
Entre os fundos classificados como multimercado – categoria conhecida por adotar estratégias mais livres e sofisticadas –o rendimento mediano foi de apenas 6,9%.
Na prática, pouca ou nenhuma vantagem em relação a produtos com risco e custo muito menores. Esse tipo de distorção gera uma falsa sensação de sofisticação: o investidor acredita estar exposto a estratégias vencedoras, mas carrega um fundo travado, caro e pouco eficiente.
Risco oculto, custo visível (para quem sabe onde olhar)
A previdência privada ainda carrega outra armadilha: a impressão de segurança automática. Muitos desses fundos seguem alocações engessadas, taxas de administração pouco competitivas e, em alguns casos, distribuições orientadas por interesses institucionais – não pelo melhor para o investidor.
Sem contar que nem sempre o benefício fiscal compensa o desempenho fraco no longo prazo.
Previdência é ferramenta – não garantia
Isso não quer dizer que a previdência privada seja uma má escolha. Pelo contrário: em muitos planejamentos sucessórios e estratégias de longo prazo, ela é uma aliada valiosa.
Mas como toda ferramenta, precisa ser bem escolhida, bem usada e, principalmente, revista periodicamente. É comum ver investidores que mantêm um fundo há anos sem reavaliar se ainda faz sentido, tanto em termos de rentabilidade quanto de objetivo.
Vale (BVMF:VALE3) conferir, antes de seguir confiando
Ao longo da minha atuação como consultora independente, já reestruturei inúmeras carteiras de previdência. Em muitos casos, bastava um olhar técnico – sem vínculo com a instituição – para identificar melhorias simples que fazem diferença relevante no longo prazo.
Nem sempre é preciso trocar de produto. Às vezes, a mudança começa ao entender o que se tem – e por que se tem.
Se sua estratégia inclui previdência, talvez esse seja um bom momento para verificar se ela está cumprindo o papel que deveria.