Ação da Raízen desaba com prejuízo bilionário em meio a aumento da dívida
- Demissão da diretora da Secretaria de Estatísticas Trabalhistas por Trump e vaga no Fed acendem alerta sobre independência institucional.
- Mercado já precifica corte de 60 pontos-base nos juros do Fed, refletindo perda de fôlego da economia.
- Interferência política e uso eleitoral de tarifas ampliam questionamentos sobre o dólar como ativo de proteção global.
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Logo após a divulgação do relatório de empregos, o presidente Donald Trump demitiu de forma abrupta Erika McEntarfer, diretora do Bureau of Labor Statistics (BLS), acusando-a de manipular os dados.
“Os números de hoje foram forjados para prejudicar os republicanos e a mim”, afirmou, sem apresentar evidências.
A declaração gerou forte questionamento sobre a independência institucional e a confiabilidade das estatísticas econômicas norte-americanas, um risco que, na avaliação de analistas, pode comprometer a credibilidade do dólar como ativo de proteção global.
O economista-chefe da Moody’s Analytics, Mark Zandi, alertou que os Estados Unidos estão à beira de uma recessão. Segundo ele, o consumo das famílias estagnou, enquanto os setores de construção e manufatura já apresentam retração. A desaceleração também atinge a inserção de recém-formados no mercado de trabalho, um indicativo de enfraquecimento mais amplo. Para Zandi, as raízes desse processo estão em decisões políticas adotadas por Washington, especialmente nas áreas comercial e migratória.
Renúncia no Fed agrava percepção de risco institucional
A inesperada renúncia da diretora do Fed, Adriana Kugler, que deixará o cargo em 8 de agosto, intensificou as preocupações sobre a politização de órgãos-chave da economia americana. A possível nomeação de Kevin Hassett, aliado de longa data de Trump e ex-assessor da Casa Branca, para sua vaga levanta temores de que o Federal Reserve possa perder autonomia diante de interferências políticas crescentes.
A perspectiva de Hassett integrar o Fed é vista como um sinal negativo para o dólar. Investidores temem que a presença de nomes alinhados politicamente possa comprometer a condução técnica da política monetária e afetar a previsibilidade das decisões do banco central. A renúncia de Kugler, combinada aos ataques públicos de Trump ao BLS, reforça o receio de que instituições historicamente blindadas estejam sendo reconfiguradas sob influência direta do Executivo.
Fed sob pressão crescente
Após a divulgação do fraco relatório de empregos, o mercado elevou substancialmente suas apostas em cortes de juros. A chance de um corte de 25 pontos-base na reunião de setembro do Federal Reserve já é precificada em 90%. A expectativa é de que os juros recuem um total de 60 pontos-base até o fim do ano, quase o dobro dos 33 pontos projetados semanas atrás.
Paralelamente, as tensões comerciais voltaram ao radar. Trump assinou um novo decreto baseado no princípio de reciprocidade, elevando tarifas sobre importações canadenses de 25% para 35%. Há especulações de que medidas semelhantes possam atingir a União Europeia e o México, aumentando a incerteza nos mercados globais.
Além disso, o presidente tem cogitado destinar parte da arrecadação com tarifas para pagamentos diretos a eleitores específicos, proposta que críticos consideram eleitoreira. Segundo fontes próximas, o plano incluiria cheques assinados por Trump, lembrando os estímulos pagos durante a pandemia. Apesar de não haver estrutura formal, a medida é amplamente interpretada como gesto de campanha, sem base em estratégia econômica.
Outro fator de instabilidade foi a decisão da Corte de Apelações dos EUA de reabrir o processo que questiona a legalidade das tarifas impostas durante o governo Trump. Uma eventual decisão contrária poderá obrigar o Tesouro a devolver os valores arrecadados nos últimos anos, impondo pressão fiscal adicional em um contexto de deterioração orçamentária.
Perspectiva técnica para o índice do dólar (DXY)
O índice do dólar (DXY) iniciou a semana passada com alta, mas reverteu com força na sexta-feira após o relatório de empregos e o aumento das incertezas políticas. Após testar brevemente a região de 100 pontos, o índice recuou de forma acentuada e encerrou a semana em 98,61.
No início desta semana, o DXY tenta uma recuperação modesta em direção aos 99 pontos, embora o viés técnico permaneça frágil. A faixa entre 98,60 e 100 segue como uma zona de resistência relevante, enquanto 98,30 atua como suporte imediato. Uma perda sustentada desse patamar pode abrir espaço para um movimento de queda até o nível de 96, reforçando o impulso de baixa.
Do ponto de vista fundamentalista, os dados recentes confirmam uma desaceleração da economia americana. Ainda assim, a reação do mercado tem sido moldada não apenas por fatores macroeconômicos, mas também pelo crescente ruído político. As intervenções de Trump, tanto retóricas quanto institucionais, vêm ganhando protagonismo na trajetória do dólar.
Ao longo de agosto, os investidores devem acompanhar com atenção não apenas os próximos dados de emprego e inflação, mas também cada declaração e movimento da Casa Branca. A nova indicação ao Fed e os indicadores macroeconômicos que antecedem a reunião de setembro tendem a ser os principais vetores do próximo movimento do DXY.
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