Sem novidades nos fundamentos e em um cenário de fraca demanda e oferta retraída, os futuros do arábica acumularam discreta valorização nesta semana. O movimento foi influenciado pelas variações da moeda norte-americana e rolagens de posição para fora do vencimento setembro do Contrato C, negociado em Nova York.
No exterior, houve recuo do índice do dólar, que ontem se aproximou dos menores valores das últimas sete semanas, favorecendo o mercado das commodities. Esse resultado foi consequência, principalmente, da divulgação da ata da última reunião de política monetária do banco central dos Estados Unidos (Fed, em inglês), que diminuiu as expectativas de alta dos juros daquele país no curto prazo.
Já no Brasil, o mercado cambial seguiu tendência inversa, devido às crescentes preocupações com a dificuldade de realização do necessário ajuste fiscal pelo governo. Ontem, o dólar comercial foi cotado no Brasil a R$ 3,2333, acumulando ganhos por seis sessões consecutivas e valorizando-se 1,5% em relação ao fechamento da semana anterior.
Na ICE Futures US, o vencimento dezembro do Contrato C foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,4145 por libra-peso, com alta de 110 pontos frente ao fechamento da semana passada. As rolagens de posição para fora do setembro se aproximam do encerramento, antes do início do período de notificação, em 23 de agosto. Já o vencimento novembro do contrato futuro do robusta, negociado na ICE Futures Europe, encerrou o pregão de ontem a US$ 1.823 por tonelada, com desvalorização US$ 12 em relação à última sexta-feira.
No mercado físico nacional, os produtores seguem com baixo interesse nas vendas, já que os preços estão aquém das expectativas. Ontem, os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon foram cotados a R$ 472,40/saca e a R$ 423,83/saca, respectivamente, com variação de 0,27% e 0,34% em relação ao fechamento da semana anterior.
O clima nas regiões produtoras brasileiras volta a preocupar. A Somar Meteorologia não descarta a possibilidade de ocorrência de geadas fracas em áreas de baixada, borda e árvores mais novas, dado que um centro de alta pressão sobre o norte do Rio Grande do Sul derrubará as temperaturas a partir de segunda-feira no nordeste do Paraná e no sul de Minas Gerais.