Estamos vivendo um bull market de vários anos?

O mercado não teve um rali de fim de ano em 2023, o que historicamente antecipa um ano ruim para o S&P 500.

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Diante disso, surge a questão: o que acontece depois de um ano de alta?

Em 2022, após a valorização de 2021 (+28%), o mercado teve um ano de baixa (-18%). De fato, nem sempre esperamos que algo negativo ocorra depois de um período muito positivo.

Mas os ganhos expressivos não se sustentam por muito tempo; todo investidor deve levar em conta o risco de quedas quando os mercados estão em alta e superam os fundamentos.

S&P 500 pode ter anos seguidos de alta?

Analisando os retornos anuais passados do S&P 500, identifiquei as ocasiões em que o mercado teve ganhos de dois dígitos e o desempenho nos três anos seguintes.

Como mostra o gráfico, muitas vezes um ótimo resultado é seguido por anos positivos moderados.

Os períodos identificados, que abrangem 40 anos de desempenho das ações, representam 35% das vezes em que um ano de alta de dois dígitos foi seguido por um período médio de três anos também positivo, com algumas exceções.

Mas não precisamos ir muito longe; o mercado de ações teve anos consecutivos de alta recentemente. O período de cinco anos de 2019 a 2023 registrou retornos de +31%, +18%, +28%, -18% e +26%.

Então, o que podemos inferir desses dados é que 60% do tempo os anos bons são seguidos por um ano igualmente bom, 30% do tempo são seguidos por um período de três anos de alta de dois dígitos, e 40% do tempo o ano seguinte termina com uma perda média de 4%.

Isso é relevante se focarmos no curto prazo, onde novas tendências podem surgir ou as existentes se fortalecerem, tornando as ações ao mesmo tempo atrativas e voláteis. Mas, na maioria das vezes, os retornos de longo prazo são os que importam.

No momento, o setor de Tecnologia (NYSE:XLK), que representa quase 1/3 de todo o S&P 500, bateu novos recordes.

Um sinal negativo que poderia acender o alerta baixista seria a perda dos topos anteriores (em torno da área de 175), o cruzamento das médias móveis de 50 e 200, e a queda e o fechamento abaixo da antiga (50).

Mas, no momento, de uma perspectiva de médio prazo, devemos dedicar mais tempo à busca de ações para comprar, não para vender a descoberto, indo contra a tendência.

O mercado continua em alta?

Uma mudança de cenário seria indicada pela queda do Nasdaq e do Russell 2000, acompanhada pela valorização dos bens de consumo (NYSE:XLP) frente ao S&P 500.

Se os bens de consumo se recuperarem das mínimas de 2021 e superarem o índice, isso poderia sinalizar uma possível migração para ações mais defensivas e um ambiente menos favorável ao risco.

Além disso, um dólar potencialmente mais forte poderia aumentar a pressão de venda sobre as ações.

Uma retomada do dólar acima de 102, e um rompimento da média de 50, provavelmente confirmariam uma postura mais cautelosa dos investidores. Uma alta para a região de 105 poderia ser o indício mais forte de uma tendência baixista para as ações.

A tendência no momento segue positiva e nossas estratégias são baseadas em um ambiente objetivamente favorável, enquanto uma visão pessimista provavelmente teria mais dificuldades no cenário proposto acima.

É importante monitorar todas as variáveis nas próximas semanas.

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Aviso: este artigo tem fins meramente informativos e não constitui qualquer recomendação ou oferta de investimento.