Há algumas semanas o humor nas bolsas segue uma tendência clara:
Commodities em queda reduzindo risco de inflação e favorecendo ativos de risco como as ações, fazendo bolsas dos subirem.
Uma infinidade e continuidade de dados fracos divulgados da economia da China fazem o minério cair:
As vendas de moradias na China caem 31% no ano e o preço de novas moradias teve maior queda em mais de 6 anos.
A Produção industrial subiu 3,8% na base anualizada de julho, menos que os 4,5% esperados.
O mesmo com as vendas no varejo, cuja alta de 2,7% foram bem menores que os 5% estimados.
Além disso, qualquer alta de casos de covid por lá - o que convenhamos, é bem esperado que aconteça, com uma doença altamente infecciosa - traz o receio de novas paradas na economia com a política de covid zero.
O aperto parece sério, a ponto de o banco central chinês surpreender o mercado e cortar a taxa de juros sobre empréstimos de um ano.
A redução dos juros, para tentar animar a economia só reforçou o que o mercado está vendo: a economia da China está fraca.
E se a economia da China está mal, o minério está mal e o petróleo também, provavelmente.
Com o maior motor do crescimento mundial parando aos poucos, não tem como esperar commodities nas alturas.
Para piorar para as commodities, o Irã falando em acordo nuclear em breve, faz o petróleo cair também.
Por fim, nos Estados Unidos, a maior economia do mundo, o negócio também não anda de vento em poupa.
O Empire State Manufacturing Survey, que é o termômetro dos negócios em NY, caiu 42 pontos, para -31,3 mostrando um sentimento ruim, claramente.
Mas o que tem de bom em tudo isso?
Como sempre há um lado bom em toda história, o cenário de commodities em queda pode ser bom para algumas empresas na bolsa.
As commodities em queda levam a um menor risco de inflação, que diminui os juros futuros e é geralmente bom pra ações de crescimento ligadas ao mercado interno, varejo, tecnologia e muito bom portanto para algumas Índice Small Cap.
Com valuations super descontados depois de quedas extremas, temos visto algumas empresas de varejo e tecnologia subirem fortemente nestas últimas semanas.
Considerando os riscos e peculiaridades de cada negócio, eu particularmente acho que sim, os astros estão se alinhando para as small caps, e já estou bem posicionada além de recomendar para os meus clientes uma carteira repleta delas.
Quando falo que por aqui os astros parecem estar se alinhando temos alguns sinais claros:
O IBC-Br - referência para o PIB – subiu 0,69% em junho frente ao estimado de 0,35% fazendo muitos economistas de bancos de investimentos importantes subirem a estimativa pro PIB para mais de 2% em 2022.
Temos a queda nos preços da gasolina também, que embora seja em boa parte por postergação de impostos, pode se tornar permanente se o petróleo seguir caindo.
As vendas no varejo físico aumentaram 7% na semana do Dia dos Pais, maior alta desde 2011, apesar do meu não ter ganhado presente.
O novo Auxilio Brasil de R$600 tende a ser postergado, na minha opinião e ouvindo as promessas de campanha de ambos os lados, e isso é bom para o varejo.
PIB do Brasil crescendo, inflação e gasolina baixando... Os astros estão se alinhando para as small caps?!
Tomara, eu acho que sim.