*Com Isabella Camargo
Segundo dados da Secex, em maio o Brasil exportou 218,1 mil toneladas de carne bovina in natura em maio, alta de 2,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Recorde para o mês.
O faturamento total foi de US$1,1 bilhão, valor 18,8% maior que maio de 2024.
Entre os principais destinos estão: a China, com 111,0 mil toneladas, os EUA, com 22,5 mil toneladas e na terceira posição o México, que comprou 11,2 mil toneladas.
Mato Grosso foi o principal estado exportador, representando 23,2% de todo volume enviado pelo Brasil, seguido por São Paulo (17,8%) e Goiás (13,3%).
Figura 1. Volume de carne bovina in natura exportada pelo Brasil, em mil toneladas.
Fonte: Secex/ Elaboração: HN AGRO
Para junho, a expectativa é de que as exportações continuem em um bom ritmo. Considerando a primeira semana do mês, foram exportadas 64,2 mil toneladas de carne bovina in natura, com média diária de 12,8 mil toneladas, 33,5% maior que mesmo período do ano passado.
Frango e suíno
O caso de gripe aviária que aconteceu em Montenegro, no Rio Grande do Sul, impactou as exportações. Importantes países compradores da carne de aves brasileira, como China e Filipinas, proibiram temporariamente as importações da carne de aves, o que contribuiu para resultados negativos em maio.
Assim, o Brasil exportou 363,1 mil toneladas, volume 14,5% menor que maio de 2024 com faturamento total de US$ 654,7 milhões, queda de 13% na comparação anual.
Os principais destinos no mês foram China, Arábia Saudita e Japão.
Nenhum outro caso da doença foi identificado em granja comercial até o momento, o que leva à expectativa de que, em breve, as exportações evoluam e as restrições passem a ser regionalizadas ou mesmo suspensas.
Na primeira semana de junho, foram exportadas 89,7 mil toneladas de carne de aves, com média diária de 17,9 mil toneladas, valor 12,0% menor que no mesmo período do ano passado.
Já para a carne suína, o cenário foi positivo, assim como para a bovina.
Em maio, o volume de carne suína exportada pelo Brasil foi 15,6% maior que no mesmo período do ano passado, totalizando 105,9 mil toneladas, um recorde para o mês.
O aumento no volume exportado ocorreu mesmo diante da redução de 45,7% nas compras da China, pois, outros importantes destinos ampliaram suas compras. Destaque para as Filipinas, que aumentaram suas compras em 123,7% em relação ao mesmo mês do ano passado e foram o principal destino da carne suína brasileira no mês; e para o Japão, com alta de 60,5%, ocupando a quarta posição entre os principais destinos.
Considerando os cinco primeiros dias úteis de junho, as exportações continuam aquecidas e foram exportadas 24,9 mil toneladas de carne suína in natura. A média diária do período foi de 4,9 mil toneladas, crescimento de 6,4% na comparação com junho de 2024.
Considerações
Considerando os cinco primeiros meses do ano, o Brasil exportou 3,64 milhões de toneladas na somatória das três proteínas (bovina, aves e suína) o que representa um aumento de 7,4% em relação ao mesmo período de 2024. Um recorde considerando o período.
A receita total foi de US$10,3 bilhões, valor 17,4% maior na comparação anual.
Para o segundo semestre, as expectativas são positivas. Historicamente, observa-se aumento nos embarques, quando comparamos com primeiro semestre além disso, e o cenário para o Brasil é positivo com possibilidade de abertura de novos mercados, como o Japão, e maior demanda de importantes parceiros como os EUA e México.
Diante da expectativa de um ritmo de abates mais calmo, frente a 2024, possivelmente com recuos, os embarques aquecidos devem colaborar com uma menor disponibilidade de carne no mercado interno e consequentemente ajudar o mercado do boi gordo.
Para o frango e suíno, as relações de troca das carcaças no atacado com o milho estão próximas (suíno) ou um pouco abaixo daquelas em junho de 2024, mas em patamar historicamente interessante para o mês, o que deve colaborar com o ritmo de produção dessas carnes. Segundo a pesquisa trimestral dos abates, houve recordes em volume de abates para um primeiro trimestre para as três cadeias, segundo o IBGE.
* Analista da HN AGRO.