Alckmin teve conversa longa com Lutnick e governo não está fixado em prazo de tarifa, diz Haddad
Tem gente que ainda se pergunta se vale a pena ter parte do patrimônio em dólar.
A história já respondeu. Repetidas vezes.
Basta olhar o gráfico dos últimos 25 anos da cotação da moeda americana para ver o que acontece nas grandes crises: o dólar sobe. Sempre. E não é por acaso – é comportamento de manada? É. Mas de uma manada muito bem informada.
Quando a incerteza aperta e o risco parece transbordar, o investidor global recorre ao dólar como proteção. É quase automático. Não porque o dólar seja perfeito – mas porque, diante do caos, ele costuma ser o porto mais estável disponível.
Crise após crise, o padrão se repete
• 2008 – Crise do Subprime:
O mercado imobiliário americano colapsa, bancos quebram, e o dólar… dispara. Enquanto o resto do mundo afunda, ele sobe.
• 2015 – Crise da Dívida Europeia:
Com países como Grécia e Portugal à beira do calote, o euro patina. E o dólar, de novo, se fortalece como opção defensiva.
• 2020 – Pandemia da COVID-19:
A economia mundial paralisa. Pela primeira vez o dólar rompe R$ 5 no Brasil. Liquidez e previsibilidade viram sinônimo de segurança.
Não é preciso gostar dos EUA, tampouco apostar no país como potência eterna. Basta reconhecer que, em momentos de estresse global, os fluxos de capital se movem para onde o mercado enxerga menor risco. E hoje, isso ainda significa ativos atrelados ao dólar – como os títulos do Tesouro americano.
E agora? O que o cenário nos diz?
Entre eleições polarizadas, tensões geopolíticas e possíveis projetos econômicos controversos – sim, inclusive o famigerado “BBB de Trump” (Big Bad Bill) – o mundo segue inquieto. E os mercados percebem.
Por isso, a exposição ao dólar não deve ser vista como oportunismo, mas como estratégia de proteção. Especialmente para o investidor brasileiro, cuja carteira já carrega volatilidade e riscos locais por natureza.
Diversificação não é mais diferencial – é sobrevivência
Colocar parte do capital em ativos dolarizados é mais do que uma sugestão.
É uma forma de reduzir o ruído, preservar poder de compra e ganhar liberdade de movimento se o cenário local apertar.
Claro, a forma como isso é feito faz toda a diferença. Não se trata de correr para o câmbio turismo ou seguir a recomendação genérica do banco. Trata-se de estruturar a estratégia de acordo com o que você precisa, com quem tem compromisso real com seus interesses.
Um olhar independente muda tudo
Ao longo dos anos, o que vejo é simples: quem planeja com antecedência não precisa correr quando a maré vira. Já quem ignora os sinais… muitas vezes paga caro pela própria tranquilidade ilusória.
Se o mundo resolver chacoalhar mais ainda – e ele vai – estar parcialmente exposto ao dólar pode ser a diferença entre agir com calma ou correr para apagar incêndio.
Se esse assunto te cutucou, talvez seja hora de revisar sua carteira com mais atenção. Estratégia não se faz só com números. Se faz com intenção, contexto e visão clara do que você quer proteger.