Depois de serem duramente afetadas pela pandemia mundial, as ações do setor de petróleo e gás voltaram com tudo.
O fundo Vanguard Energy (NYSE:VDE) – que tem entre suas 10 maiores participações a Exxon Mobil (NYSE:XOM) (SA:EXXO34), a Chevron (NYSE:CVX) (SA:CHVX34) e a Phillips 66 (NYSE:PSX) (SA:P1SX34) – superou em muito o desempenho do S&P 500 neste ano. O ETF se valorizou 49% em comparação com o índice de referência, que subiu apenas 12%.
Essa poderosa recuperação, em um dos piores setores do mercado no ano passado, ocorre em meio a sinais bastante fortes de que a reabertura econômica nos EUA e outros países continuará impulsionando a demanda de produtos de energia e melhorando a situação financeira de algumas das maiores petrolíferas.
A economia americana, após uma campanha de vacinação de sucesso, terminou o primeiro trimestre perto do seu tamanho pré-pandemia, e a expectativa dos economistas é que ela cresça ainda mais no atual trimestre. O barril de petróleo Brent fechou o pregão de sexta na máxima de dois anos, enquanto o WTI atingiu níveis que não eram vistos desde outubro de 2018.
A Opep+, cartel de países produtores de petróleo, disse na semana passada em sua previsão de mercado que a demanda de petróleo saltaria em seis milhões de barris por dia no segundo trimestre. Com isso, os estoques mundiais de petróleo ficarão abaixo da sua média de cinco anos para o petróleo de 2015-2019 ao final de julho, sinalizando o fim do excesso de oferta na pandemia.
Diante da recuperação rápida da demanda de energia, algumas das maiores ações de petróleo recuperaram seu terreno perdido. Com o fechamento de US$61,45 na sexta-feira, a Exxon registra alta de 49% neste ano, enquanto outra grande petrolífera, a Chevron, sobe 28% no mesmo período.
Pechinchas para investidores que buscam rendimento
Apesar de o melhor momento para comprar ações petrolíferas ter ficado para trás no atual ciclo, alguns desses nomes ainda são uma pechincha para investidores em busca de rendimento. O retorno anual dos dividendos da Exxon, de 5,7%, por exemplo, é quatro vezes maior do que o rendimento médio do S&P 500.
Com o crescimento da demanda por energia, essas empresas também estão em posição muito melhor para pagar seus proventos a partir da sua geração de caixa, em vez de empréstimos no mercado. A Exxon gerou US$6,6 bilhões em fluxo de caixa livre no primeiro trimestre, quantia suficiente para cobrir seus dividendos pela primeira vez desde o fim de 2018, maior do que a registrada nos últimos nove trimestres somados.
As melhores margens também ajudaram a Chevron a elevar seu dividendo trimestral em 4%, enquanto a Royal Dutch Shell (NYSE:RDSa) também elevou seus dividendos em 4%, segundo aumento desde sua redução no ano passado. Alguns analistas acreditam que ainda há espaço para mais altas nos preços do petróleo.
Os fundamentos do mercado são fortes, e os preços podem saltar para US$80 por barril até meados do terceiro trimestre, caso a oferta iraniana não entre no mercado, segundo Fereidun Fesharaki, presidente da consultoria FGE, em entrevista à Bloomberg Television na semana passada.
O Goldman Sachs prevê que o WTI registrará média de US$72,50 por barril no segundo trimestre, antes de saltar para US$77 no terceiro trimestre. A empresa considera que o Brent ficará a US$75 no segundo trimestre antes de avançar para US$80 durante o segundo semestre do ano.
Conclusão
A recuperação da economia mundial deve continuar dando suporte a preços mais altos para o petróleo e as ações de algumas das maiores empresas do setor no segundo semestre deste ano. Essa perspectiva favorável indica que ações cíclicas, como Exxon e Chevron, ainda podem subir mais, sem falar que seus dividend yields estão entre os mais altos do mercado.