Publicado originalmente em inglês em 19/08/2021
Depois de ser duramente afetada pela pandemia global no ano passado, a Exxon Mobil (NYSE:XOM) (SA:EXXO34)está agora mostrando alguns sinais de força.
A maior produtora de petróleo e gás dos EUA registrou seu maior lucro dos últimos anos em seu balanço do segundo trimestre, divulgado no mês passado, graças à disparada dos preços das commodities e produtos químicos.
A megaempresa de energia sediada em Irving, Texas, apurou um lucro ajustado de US$1,10 por ação no 2º tri, seu melhor desempenho em mais de dois anos. O lucro da unidade de químicos foi o maior da história.
Essa virada faz com que o retorno de 6% dos dividendos da Exxon se torne mais atraente para investidores em busca de ações de qualidade para suas carteiras focadas em renda. Mas, antes de tomar uma decisão de compra, é importante compreender que a Exxon mudou muito nos últimos dois anos. E seu foco atual não está gerando mais caixa aos investidores.
Após dois anos prejudiciais de crise sanitária mundial, que devastou a demanda por óleo e gás, a Exxon saiu em posição mais fraca. Nesse período, a empresa queimou cerca de US$28 bilhões em caixa, endividou-se para financiar o terceiro maior dividendo do S&P 500 e enfrentou o fechamento de economias ao redor do mundo.
Para lidar com essa crise, a Exxon cortou drasticamente suas despesas de capital e dispensou 14.000 colaboradores. Como se esses choques não fossem o bastante, o presidente e CEO da companhia, Darren Woods, também perdeu uma batalha corporativa neste ano para o investidor ativista Engine No. 1. Exxon foi obrigada a substituir um quarto do seu conselho por candidatos comprometidos em melhorar os retornos financeiros e a estratégia climática da companhia.
Ajuste no balanço
Após todos esses reveses, a Exxon está agora mais focada em ajustar seu balanço, antes de avaliar qualquer elevação do seu dividendo trimestral de US$0,87 por ação. Sua dívida líquida saltou cerca de 40% para o recorde de US$68 bilhões em 2020.
Dito isso, o retorno de 6% dos seus dividendos parece muito mais seguro do que há um ano, quando a demanda petrolífera foi deprimida e os fluxos de caixa da companhia não eram suficientes para cobrir seus proventos. Em seu último balanço, a empresa afirmou que havia gerado US$9,7 bilhões de fluxo de caixa com operações, o que foi suficiente para cobrir dividendos, investimentos de capital e redução de dívidas.
Além disso, sua unidade de químicos está prosperando. A demanda por químicos em geral manteve-se estável, apesar da estagnação da atividade econômica em todo o mundo. A demanda de polietileno, um dos principais produtos químicos da Exxon, “tem mostrado incrível resiliência durante toda a pandemia de Covid-19, apesar de estar historicamente correlacionada com o PIB geral”, afirmou o Citigroup em relatório.
Entusiasmado por essa força, o Bank of America reiterou que a Exxon é uma das suas ações preferidas. Em nota recente, o banco afirmou:
“Continuamos acreditando que a XOM se diferenciará com a recuperação com fluxo de caixa livre, dando suporte à retomada do crescimento dos dividendos até o fim do ano, como esperamos”.
Conclusão
O retorno de 6% em dividendos da Exxon está atrelado a muitos riscos associados à ação, como a volatilidade dos mercados de energia, o envolvimento de um investidor ativista e a rápida disseminação da variante Delta.
Apesar de todos esses perigos, o dividendo da Exxon está muito mais seguro do que no ano passado.Negociadas a treze vezes seu lucro prospectivo de 12 meses, as ações da Exxon – que fecharam na quarta-feira a US$54,39 – podem ser uma pechincha em comparação com sua média de 10 anos.