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Fatos e Narrativas: Cuidado Com o Flautista de Hamelin

Publicado 11.11.2019, 17:12
Atualizado 09.07.2023, 07:32

Fatos e Narrativas

De todos os perigos que investidores enfrentam, talvez o mais sedutor deles seja uma boa história.

Nosso cérebro lida muito melhor com narrativas. Podemos facilmente ignorar evidências ao nos deparar com uma boa história.

Estudos apresentados por James Montier em seu livro “The Little Book of Behavioral Investing” ilustram bem tal efeito.

Os participantes de um experimento receberam a informação que um tratamento médico tem 90 por cento de eficácia. Eles também receberam as seguintes histórias positivas ou negativas.

  • Positiva: Marcos obteve resultados positivos ao tomar o Tamoxol. A bactéria foi completamente eliminada. Os médicos têm confiança de que a doença não voltará. Um mês após o tratamento, a recuperação de Marcos é dada como certa.
  • Negativa: Marcos não obteve resultados positivos ao tomar o Tamoxol. A bactéria não foi completamente eliminada. A doença voltou a afetá-lo. Um mês após o tratamento, Marcos estava cego e apresentando dificuldades para andar.
  • Os participantes então foram questionados se tomariam o Tamoxol, caso diagnosticados com tal doença.

    Logicamente, eles deveriam basear sua decisão na informação de eficácia, que representa uma amostra completa. Mas o que aconteceu?

    A informação de eficácia foi basicamente ignorada, a favor da história.

    Quando receberam a história positiva, 88 por cento das pessoas alegaram que realizariam o tratamento. Enquanto apenas 39 por cento dos que receberam a história negativa optariam pelo remédio.

    Por sua vez, quando lhes foi dito que a eficácia do tratamento era de apenas 30 por cento, somente 7 por cento dos que receberam a história negativa aceitariam o tratamento. Enquanto dos que receberam a história positiva, 78 por cento disseram que tomariam o remédio.

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    Como você pode perceber, o nível de eficácia do tratamento (fato), foi completamente deixado de lado em razão do poder da história (narrativa).

    Preços também contam histórias?

    Por mais estranho que possa soar, preços também podem representar histórias. Vejamos outros exemplos:

    O que funciona melhor, um analgésico de 2,50 reais, ou o mesmo analgésico com desconto, sendo vendido a apenas 0,10 centavos?

    Racionalmente, é claro, eles devem ter o mesmo efeito (especialmente porque ambos os comprimidos neste teste eram placebos). Porém, os efeitos reportados pelas pessoas foram diferentes.

    Enquanto 85 por cento reportaram menos dor com o remédio mais caro, somente 61 por cento alegaram que o remédio fez efeito quando custava 0,10 centavos.

    Se você prefere um exemplo que envolve álcool: no teste cego de vinho realizado, a grande maioria das pessoas alegou que um vinho de 350 reais era ao menos duas vezes melhor que o de 40 reais.

    É claro que, em ambos os casos, fora servido exatamente o mesmo vinho.

    As histórias no mercado de ações

    Na bolsa de valores não é muito diferente.

    Alguns investidores evitam ações de valor por causa dos seus baixos preços ou histórias não tão interessantes.

    É comum que as companhias que passam nos filtros de valor não estejam indo tão bem no momento, e por isto, as pessoas podem ter dificuldade em comprá-las.

    Em contrapartida, as empresas mais admiradas ou quentes do momento tendem a ser aquelas que performaram bem no passado recente, tanto em resultados quanto na valorização de suas ações.

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    Porém, as queridinhas do mercado carregam juntamente com suas excitantes histórias, altos preços. Enquanto as ações ações de valor podem até não te deixar entusiasmado, mas negociam a baixos preços.

    Em qual delas você prefere investir?

    É normal sentir atração por belas narrativas, mas empresas negociando com grandes descontos costumam ser investimentos muito melhores.

    Pagar caro demais por histórias fantásticas com pouquíssimos fatos suportando a narrativa significa incorrer em grandes riscos.

    Ações do Uber caem 40% desde seu IPO. Fonte: Bloomberg

    O estudo “IPO Pricing: Growth Rates Implied in Offer Prices” – publicado em 2010 por Cogliati, Paleari e Vismara, fez uma engenharia reversa no preços dos IPOs europeus para encontrar o crescimento implícito nos resultados das empresas que abriram seu capital.

    O preço médio das ofertas implicava um crescimento médio de 33 por cento ao ano. Porém, a média de crescimento entregue pelas empresas em 5 anos foi de -55 por cento.

    Pagar caro demais pela esperança de crescimento (a capitalização da esperança – segundo mestre Benjamin Graham) pode destruir a rentabilidade de seu portfólio.

    A lógica é muito simples: a ação que negocia a múltiplos muito esticados tem muito a perder caso as (altas) expectativas do mercado não sejam atendidas.

    Enquanto isso, ações baratas – já descontadas e desacreditadas – têm muito mais a ganhar do que a perder. As probabilidades estão ao seu lado. Isto é investir com margem de segurança.

    Foco nos fatos

    Histórias têm apelo emocional e te desviarão do devido caminho da lógica.

    Focar nos duros e frios fatos (se baseando em números) é sua melhor defesa contra as Flautas de Hamelin do mercado.

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    (O Flautista de Hamelin hipnotizou os ratos com sua flauta, para afogá-los no Rio Weser)

    Benjamin Graham já nos ensinou, em 1934, que a segurança deve ser baseada em estudo. As estimativas de valor, justificadas pelos fatos: ativos, lucros, constatações concretas e livres de manipulações artificiais ou excessos psicológicos.

    É assim que o Investidor de Valor surfa o enorme potencial que enxerga para os próximos anos na bolsa brasileira.

    Sem nunca pagar caro demais por empresas que ainda não se provaram. Sem acreditar em belas histórias que não possuem fatos para embasá-las.

    Últimos comentários

    Excelente explanação!
    magalu é um exemplo clássico de empresa super estimada, muita gente enriqueceu mas é uma grande bolha alimentada pelo mercado para no futuro afoga-los
    Concordo, porém, Magalu continua entregando bons resultados. O dificil é saber quando vai estourar
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