Na Sexta-Feira Santa tivemos a divulgação da redução da taxa de desemprego dos EUA, de 3,6% para 3,5%. Esse dado indica, em um primeiro momento, uma firmeza do mercado de trabalho americano em sucumbir à atual política monetária contracionista do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA).
Mais gente trabalhando (ou menos gente desempregada) significa maior poder de compra e consequente consumo, o que pressiona a inflação para cima. Por isso essa redução da taxa de desemprego sinaliza a continuidade do ciclo de alta dos juros americanos, pelo menos para a próxima reunião em 03 de maio.
Mas nem tudo são flores no mercado de trabalho americano. Lembre-se: taxa de desemprego é um indicador atrasado. Também nesta 6ª feira santa tivemos a divulgação do NFP (Non-Farm Payroll), cujo resultado foi o menor desde dezembro de 2020. E o dado de ganho médio por hora, apesar de ter aumentado de 0,2% para 0,3%, trouxe o ganho anual para 4,2%, que é o menor nível desde junho de 2021.
Ou seja, parece que o FED na verdade tem conseguido reduzir ou “pressionar” o mercado de trabalho, para assim conter a inflação.
E na próxima 4ª feira dia 12/4 teremos a divulgação da inflação americana mensal (IPC Núcleo). Apesar da expectativa de redução de 0,5% para 0,4%, caso ela se concretize, isso significará que uma inflação de 0,4% ao mês ainda será mais do que o dobro do nível de inflação mensal necessário, que seria de 0,17% ao mês, para trazer a inflação americana de volta ao patamar de 2,0% ao ano. Esse é mais um fator de favorece a continuidade do ciclo de alta dos juros americanos.
Com isso, a política monetária contracionista do FED ainda deve se manter inalterada, e se mantém o consenso de aumento da taxa de juros dos EUA em 25 pontos-base, de 5,00% para 5,25% na próxima reunião dia 03 de maio.