Os resultados melhores do que esperados de empresas de varejo nos Estados Unidos, juntamente com a ata do FED sinalizando pouca mudança do comunicado da última reunião e o crescimento do PIB no primeiro trimestre acima das expectativas, levaram o S&P500 e o Nasdaq à novas altas históricas.
As bolsas europeias também tiveram uma semana positiva e até mesmo o BOVESPA subiu, enquanto paira no ar quando, e se, Michel Temer deixará de ser presidente do Brasil.
Com o legislativo dando continuidade à agenda do executivo, o Brasil tenta passar a sensação – frágil – de ter pouca turbulência pela frente – só falta combinar com as agências de risco e tentar convencer os investidores que o postulante à posição de temer, eleito por um legislativo recheado de membros envolvidos em delações, não vai acabar abafando a assepsia que está tentando ser feita na política nacional.
De qualquer maneira o real valorizou nos últimos cinco dias. Há chances de voltar a cair na segunda-feira, dada a revisão da Moody’s sobre a perspectiva da nota da dívida brasileira de estável para negativa que aconteceu depois dos mercados estarem fechados.
Os principais índices de commodities tomaram um tombo pressionados pela forte queda do petróleo na quinta-feira, após a OPEP não ter entregue nada diferente do que já tinha anunciado há dias: o alongamento dos mesmos cortes de produção que estão aí.
Dentre os componentes do CRB se salvaram da queda os metais preciosos, o contrato de suíno-magro, o gás-natural, o trigo e o milho. O café fez nova mínima caindo US$ 1.50 centavos abaixo dos anteriores US$ 128.65 centavos, com os fundos aumentando suas vendas e alimentando a indústria que aproveitou para comprar futuros no vencimento de Setembro17 – entre outras posições mais largas.
A venda de origens foi muito pequena, seja pela paralisação temporária da colheita no Brasil, pelas manifestações no principal porto da Colômbia ou mesmo em função dos preços do terminal não estarem atrativos.
No mercado internacional percebe-se um interesse ligeiramente melhor por parte dos compradores, ainda que os diferenciais de reposição não os beneficiem no curto-prazo. Os diferenciais pouco se alterando para ofertas em strings mais dilatados, em geral, o basis está em patamares mais interessantes, e se os torradores considerarem um mercado futuro nos níveis atuais, no fim o que pagam “líquido” é bem interessante para passar despercebido.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos em relatório sobre o Vietnã publicado na semana estima para a safra de 17/18 uma produção maior em 2.6 milhões de sacas, ou um total de 28.6 milhões de sacas, graças ao clima favorável daquele país. O estoque de passagem esperado é de 1.38 milhões de sacas, comparados aos 2.5 milhões de sacas anteriores.
Um importante banco do agronegócio revisou seu déficit mundial do café no ano-safra 17/18 para 6.8 milhões de sacas. Considerando que o Brasil produza 49.2 milhões de sacas, o agente financeiro antecipa uma produção global de 153 milhões de sacas contra um consumo de 159.8 milhões de sacas. Quem crê nos números não tem porque estar baixista.
A próxima semana é mais curta aqui nos Estados Unidos dado o feriado do Memorial Day na segunda-feira, uma homenagem aos combatentes americanos mortos em guerras. A última segunda-feira de maio também marca o início extraoficial do verão no hemisfério norte, ou para quem queira o começo do período de frio no hemisfério sul.
Os prognósticos meteorológicos para o cinturão de café no Brasil apontam uma pausa das chuvas, beneficiando a colheita. As precipitações do mês de maio estragaram alguma coisa do que já foi colhido, mas não há nada de alarmante sendo noticiado por ora.
A recuperação tímida de Nova Iorque depois de fazer uma nova mínima foi ajudada pela acentuada puxada de Londres. A continuação do movimento do robusta pode dar suporte ao arábica, via uma arbitragem já estreita, auxiliando a acionar compras dos fundos que estão muito vendidos muito próximos dos níveis que o mercado fechou.
O relatório de posicionamento dos traders (COT) mostrou os fundos vendidos em 16 mil contratos, provavelmente estando próximo de 20 mil na sexta-feira.
Se o Real não desandar é provável uma alta que leve o contrato “C” para cima de US$ 135.00 centavos por libra. A sustentação dos ganhos, entretanto, dependerá da agressividade de venda nos mercados físicos das origens.
Uma ótima semana e bons negócios a todos,