A inflação e a taxa básica de juros do Brasil estão nas alturas. O mercado voltou a subir suas projeções para o IPCA, que deve fechar o ano em +7,89 por cento, e para a Selic precifica uma elevação de 100 pontos-base, para +12,75 por cento ao ano, na reunião do comitê de política monetária do Banco Central nesta quarta-feira, 4.
Nesse cenário, tendem a performar melhor os investimentos atrelados ao CDI ou ao IPCA e IGP-M, como é o caso dos fundos imobiliários (FIIs) de papel.
Os “fundos de papel”, cuja carteira de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) está majoritariamente alocada em operações atreladas ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário que acompanha os valores da taxa Selic), são os principais beneficiados em meio ao cenário de alta da taxa básica de juros.
Afinal, quanto maior a Selic, maior o CDI, e isso se reflete em um aumento no nível de rendimentos desses fundos.
Proteção contra a alta dos preços
Os FIIs de papel são também uma alternativa interessante de proteção imediata contra a alta dos preços, uma vez que esses fundos distribuem aos cotistas a correção monetária dos CRIs da carteira.
No entanto, essa dinâmica de funcionamento exige um certo cuidado por parte do investidor. Ao repassar a inflação aos cotistas nas distribuições de rendimentos, o patrimônio líquido desses fundos acaba não sendo protegido contra a alta dos preços, como ocorre com bons fundos de tijolo.
Com isso, caso o investidor não reinvista a inflação que ele recebeu na forma de proventos, acabará deixando seu capital investido nesses fundos sem correção ao longo do tempo.
Esse é o motivo pelo qual recomendamos que os cotistas desses fundos sempre reinvistam parte dos proventos recebidos.
Como escolher um FII de Papel?
Basicamente, o “fundo de papel” empresta o dinheiro dos cotistas para terceiros. Em todo empréstimo, há um risco de crédito, então é preciso ser bastante criterioso na hora de definir para quem emprestar os recursos dos cotistas. Por isso, o primeiro ponto a ser analisado é a qualidade e o histórico do time de gestão do fundo, bem como seu processo de investimento.
Como segundo ponto, é a pulverização da carteira de CRIs. Como o risco de crédito é o principal risco em um FII de Papel, quanto maior for a diversificação entre devedores e segmentos, menos exposto o fundo fica a riscos específicos de determinada operação, ou seja, a pulverização reduz o risco de crédito da carteira.
Por fim, o terceiro ponto a ser analisado antes de escolher esse tipo de fundo são as garantias. Entendemos que CRIs com garantias “fortes” servem como um “colchão de segurança” em caso de estresse nas operações.