O poder de compra de avicultores paulistas vem se recuperando frente aos principais insumos utilizados na atividade, conforme apontam levantamentos do Cepea. Isso se deve, segundo o Centro de Pesquisas, às desvalorizações do milho e do farelo de soja no mercado doméstico em dezembro e ao avanço nos preços do frango vivo. Vale lembrar que a relação de troca frente ao cereal esteve desfavorável ao produtor por três meses seguidos (de setembro a novembro/24). No mercado de frango, colaboradores do Cepea relatam que o período de festas de fim de ano aqueceu a demanda pela proteína e, consequentemente, intensificou a busca de frigoríficos por novos lotes de animal vivo.
OVOS: Oferta limitada eleva preços com força
Os preços dos ovos têm registrado fortes aumentos no correr de dezembro em todas as praças acompanhadas pelo Cepea. Na maioria das regiões, as médias atuais são as mais altas para o mês de toda a série histórica do Centro de Pesquisas, com elevações de pouco mais de 23% em relação a novembro. Segundo agentes do setor consultados pelo Cepea, esse movimento é resultado da oferta reduzida no mercado doméstico. Em algumas praças, ainda conforme informações do Cepea, produtores e distribuidores enfrentaram dificuldades para atender aos pedidos, favorecendo a alta das cotações, mesmo com o avanço do mês, período em que o volume de negociações tende a diminuir.
CITROS: Acordo entre Mercosul e UE deve favorecer citricultura nacional
O acordo entre o Mercosul e a União Europeia, concretizado depois de 25 anos de negociações, deve favorecer a citricultura brasileira, segundo avaliam pesquisadores do Cepea. Atualmente, exportar suco de laranja ao bloco europeu exige uma taxa que varia de 12,2% a 15%, a depender das especificações do produto, conforme indica a CitrusBR (Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos). O Brasil é o maior exportador mundial de suco de laranja, e a União Europeia é o principal destino. Na safra 2023/24 (de julho/23 a junho/24), dados do Comex Stat mostram que a receita obtida com as vendas ao bloco europeu representou quase 55% do montante total. O acordo prevê que as tarifas tenham diminuição gradativa, até serem zeradas, no período de sete a 10 anos, sendo que metade das importações do bloco europeu deve vir do Mercosul, ou seja, do Brasil, já que os outros países do bloco sul-americano praticamente não produzem a commodity.