Este pequeno artigo, foi a pedido de uma cliente que me solicitou dar uma olhada em fundos imobiliários (FII's), acredito que esta é uma duvida de muitos investidores, por este motivo, compartilho as idéias aqui.
Começando pelo COPOM, a decisão não foi unânime, mas resultou em uma redução dos juros de 0,25%, devido a uma "divisão" dentro do Banco Central. O grupo do governo anterior votou por uma redução de 0,25%, enquanto o grupo do governo atual optou por 0,50%. Isso agitou o mercado, gerando dúvidas sobre a condução da política econômica no próximo ano, quando a maioria dos indicados será do governo atual. Isso pode levar a uma redução dos juros na "base da caneta" sem um cenário econômico adequado para tal, resultando em uma elevação dos juros futuros.
Neste momento, é comum que muitos investidores se deixem levar por paixões políticas. Minha recomendação é não se deixar influenciar por isso. Não se trata do governo A ou B, mas do que é adequado para a economia e os impactos que certas decisões podem ter. A preocupação deve ser com uma possível intervenção na política econômica e uma redução de juros incompatível, algo que já vimos no mandato Dilma, resultando em alta inflação e estagnação do PIB nos últimos 10 anos.
Como será? Não há como saber. Mas 99,9999% dos investidores estão preocupados. Um dos maiores gestores do Brasil, Luis Stuhlberger, vendeu sua grande posição em títulos do governo brasileiro e migrou seu dinheiro para os EUA, cerca de 40% do seu fundo. Esse tipo de ruído prejudica os juros futuros e a precificação de renda variável, mas pode gerar oportunidades de compra se os medos virarem realidade em um cenário de queda do PIB e alta da inflação.
No momento, resta-nos acompanhar a situação. É algo que exige atenção e diversificação para aproveitar o momento, e estou aqui para ajudar.
Seguindo na análise, além de reduzir o nível de corte, a decisão do COPOM também deixou em aberto o próximo corte, sem se comprometer se haverá um e, se houver, qual será o tamanho. Segundo o comunicado do BC, pesou bastante na decisão o cenário internacional e a política fiscal no Brasil. Vale destacar: "O comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária".
Além do COPOM, tivemos a divulgação do IPCA de abril, que fechou em 0,38%, levemente acima das projeções. Na minha visão, a inflação está em patamares relativamente controlados, mas ainda longe de permitir que alcancemos a meta. Isso pode mudar a expectativa para a Selic no final do ano. Apesar disso, a inflação menor ajudou a segurar um pouco a alta dos juros futuros.
Todo esse cenário levou a NTNB 2035 a fechar em 6,15%, depois de ter passado de 6,30%. O impacto desse cenário é uma dificuldade na apreciação dos valores das cotas dos FII, com a desvalorização de alguns, especialmente os de tijolo, como vimos nas últimas semanas. Não espere quedas bruscas, pois não é da natureza dos FII terem esse nível de volatilidade, algo mais comum nas ações.
Nos FII de recebíveis, a inflação nesses patamares mantém os rendimentos mais estáveis, mas sem aumento. A inflação de fevereiro ainda beneficia os rendimentos, mas em junho já devemos ver algumas quedas. O cenário é desafiador e dificulta a valorização dos FII, mas alguns já desvalorizaram, tornando a equação mais compatível com as NTNB, especialmente alguns de tijolos.
O que nos resta é diversificar e aguardar.
Mas lembro que, a análise feita não se trata de ordem de compra ou de venda, mas sim de conteúdo educacional. Assim, não deve ser considerado como recomendação ou conselho de investimento. Sempre aguarde a confirmação dos movimentos, não opere por impulsividade, tenha paciência, pois o gráfico vai te mostrar o que fazer no momento certo. O Mercado não trabalha com certezas, mas sim com probabilidades.