Moraes determina investigação sobre suspeita de "insider trading" em anúncio de tarifa de Trump
Faltando menos de três semanas para a entrada em vigor da tarifa de 50% sobre o café brasileiro nos EUA (1º de agosto), os traders de futuros COFFEE aceleram as compras por FOMO (sigla para "Fear of Missing Out", que em português significa "medo de ficar de fora"), temendo ficar “presos” com café tarifado — o que pode detonar um pico de volatilidade na primeira semana de agosto.
A nova tarifa ocorre em um contexto de forte dependência do produto: em 2024, os EUA importaram 8,14 milhões de sacas de 60 kg do Brasil, o que representa cerca de 33% do consumo americano, enquanto a produção doméstica atende a apenas 1% da demanda. A medida é uma resposta às distorções causadas pela escassez global de 2024, que provocou uma alta de 70% nos preços do café no ano passado. Com o anúncio da tarifa, os futuros do arábica já subiram cerca de 1,3%, refletindo a sensibilidade do mercado.
Diante da nova política, operadores logísticos buscam alternativas para mitigar os custos. Muitas empresas redirecionam navios, cancelam escalas e reencaminham estoques a partir do Canadá e do México, numa tentativa de fazer os produtos chegarem antes de 1º de agosto, data em que a tarifa entra em vigor. A movimentação logística visa evitar o impacto imediato do imposto sobre os contratos em curso.
A pressão do lado exportador também se intensifica. Cooperativas como a Expocacer afirmam que "não há renegociação" para entregas previstas após agosto, e reforçam que "o custo recai sobre o importador". Por outro lado, nos Estados Unidos, a National Coffee Association já articula uma mobilização em busca de isenções específicas para o setor, ressaltando os riscos para a cadeia de suprimentos.
Caso a tarifa se mantenha no médio prazo, espera-se um redirecionamento significativo do fluxo global de café. A produção brasileira poderá ser canalizada para Europa e Ásia, enquanto os EUA buscarão novos fornecedores na África, Colômbia, Honduras e Vietnã, embora com custos logísticos e operacionais mais elevados, o que pode ter efeitos inflacionários no varejo americano.
Análise técnica
Fonte: app da XTB Brasil
A média móvel exponencial de 200 períodos (EMA 200) mantém um viés de alta consistente desde meados de 2023, mesmo após uma correção de aproximadamente 30% em relação aos máximos recentes. Paralelamente, o RSI diário rompeu para cima sua linha de tendência descendente, o que sinaliza uma retomada do impulso comprador, enquanto o MACD permanece em uma configuração estrutural de alta, reforçando a leitura de que a correção atual representa uma potencial oportunidade de compra dentro de uma tendência ainda dominante.
Dinâmica do auge pré-tarifa
Entre 5 e 11 de agosto, a urgência de liquidar ou “rolar” posições antes de sofrer a tarifa de 50% provocará um forte aumento nas compras de futuros do café. Essa concentração de demanda elevará os preços de forma abrupta, e o efeito FOMO — cada alta atraindo mais traders — reforçará o movimento, gerando um pico de volatilidade.
Conclusão
A combinação da tarifa de 1º de agosto, a corrida dos traders para não ficarem expostos e o sólido contexto técnico formam o cenário ideal para um pico de preços nos futuros do café (COFFEE) já na primeira semana de agosto. O receio de arcar com o imposto faz com que prêmios mais altos sejam pagos no mercado futuro, enquanto indicadores como suporte na EMA 200, rompimento de RSI e MACD em viés de alta confirmam a probabilidade de um rebote significativo. Apesar do aumento da volatilidade e do risco de margin calls, quem antecipar esse movimento e ajustar sua exposição terá a oportunidade de capturar ganhos antes que o FOMO se dissipe.