Apesar da ocorrência de geadas em áreas isoladas de baixadas no cinturão produtor brasileiro, os futuros do café acumularam discreta perda em relação ao fechamento da semana anterior. Os vencimentos mais líquidos do contrato C, negociado na bolsa de Nova York, demonstram dificuldade técnica para romper nível de US$ 1,5 por libra-peso. Agora, o elevado saldo líquido comprado dos fundos demanda atenção e cria risco de instabilidade no mercado cafeeiro.
Na ICE Futures US, o vencimento setembro do Contrato C foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,4685 por libra-peso, perdendo 70 pontos em relação ao fechamento da semana passada. O vencimento setembro do contrato futuro do robusta, negociado na ICE Futures Europe, encerrou o pregão de ontem a US$ 1.818 por tonelada, apenas US$ 1 abaixo da cotação da última sexta-feira.
No tocante ao mercado cambial, o dólar comercial foi cotado a R$ 3,2816, com alta acumulada de 0,8% na semana, com os movimentos de realização de lucros favorecendo essa tendência.
O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) informou que o clima favoreceu o avanço da colheita nas principais regiões produtoras até a primeira quinzena de julho. Apesar de alguns lotes iniciais apresentarem perda de bebida e coloração mais escura que a desejável, devido às chuvas de junho, há expectativas de melhora da qualidade dos cafés a serem enviados para prova em função da intensificação da colheita e do clima mais seco predominante neste mês.
O mercado físico nacional apresentou baixa liquidez, com retração das vendas devido à preocupação dos produtores com as geadas e preços aquém das expectativas. Os indicadores calculados pelo Cepea para as variedades arábica e conilon foram cotados, ontem, a R$ 502,54/saca e a R$ 414,18/saca, respectivamente, com variação de -0,2% e 0,43% em relação ao fechamento da semana anterior.
Para as próximas duas semanas não há previsão de geadas nas áreas produtoras de São Paulo e Minas Gerais, embora as temperaturas permaneçam baixas, segundo o Reuters Weather Dashboard. No entanto, a Climatempo alerta para a passagem de uma nova massa de ar polar pelo Sul do Brasil a partir de 31 de julho, que poderá resultar em madrugadas geladas, no início de agosto, em São Paulo, Triângulo Mineiro e Sul de Minas.