O nível de desemprego nos Estados Unidos em maio ficou em 3.8%, o mais baixo desde 1969, embora idêntico a abril de 2000. Trump soltou um comentário, via Twitter claro, uma hora antes da divulgação do dado, interpretado por seus adversários como sendo descabido já que o presidente tem acesso às informações um dia antes de virem a público.
A sólida criação de postos de trabalhos ainda que com um modesto incremento do custo da mão-de-obra, reviveu a discussão se o FED terá uma rodada adicional de aumento dos juros, que na reunião de junho deve ser ajustado em 0.25%.
O dólar americano recuou um pouco do meio da semana para cá depois de uma performance positiva em maio, mês que por sinal as bolsas de ações recuperaram na América do Norte, com destaque para os ganhos de mais de 4% do Nasdaq. Na Europa os índices acionários desvalorizaram entre 2% e 3.5%, impactados pelas incertezas que a eleição Italiana vencida por uma frente populista traz para a região do Euro.
No Brasil o IBOVESPA afundou diante dos efeitos da greve que, segundo economistas, pode provocar uma perda de mais de 0.5% do crescimento do PIB no ano, e também influenciado pela nova interferência do governo na Petrobrás.
O CRB escorregou das máximas deixando um gap graças principalmente ao tombo do petróleo, mas também afetado pelas baixas do cacau e dos grãos.
O café em Nova Iorque conseguiu se segurar acompanhando um pouco os ganhos recentes do açúcar. Certamente ajudado pelo fluxo restrito de negócios no Brasil, em função da greve dos caminhoneiros que atrasou o andamento da colheita, o movimento da bolsa junto com a fraqueza do Real permitiu preços melhores da saca paga ao produtor.
Com a normalização do abastecimento de combustíveis, incluindo diesel para o campo, é provável existir uma necessidade de venda um pouco maior nas próximas semanas para gerar caixa entre os produtores, colocando em xeque a sustentação das cotações internacionais.
Os diferenciais de reposição levemente melhores foram prontamente passados aos importadores, em alguns casos com descontos mais generosos dando uma impressão (errada?) de uma disponibilidade grande.
No mercado disponível no destino, chamado de spot, torradores foram mais agressivos em comprar proteções contra os atrasos nos embarques dos naturais brasileiros, algo positivo para a diminuição dos inventários lá fora, mas potencialmente gerando uma necessidade menor dos remanescentes carregados no Brasil, por exemplo.
Em Londres um tradicional comerciante de robusta recebeu um bom volume dos estoques certificados daquela bolsa no último contrato (Maio-2017) que não fará o entregador pagar o custo de carregar café no caminhão.
As aquisições e parcerias entre os maiores torradores de café do mundo continuam ativa em um cenário de excesso de liquidez e baixo custo do dinheiro. A disputa entre os dois maiores participantes é uma indicação do potencial de crescimento para a bebida, e preços ainda mais baixos certamente não são favoráveis a ninguém, principalmente se falarmos da sustentabilidade no campo, que como um dos itens principais tem a sucessão a novas gerações.
No curto-prazo o mercado fica vulnerável para baixo pelo menos até atingirmos um nível de negociação razoável da safra brasileira, cuja a percepção tem sido mais positiva com relação ao volume. No médio e longo prazo é necessária uma depreciação constante das moedas dos países produtores para imaginarmos um terminal rompendo os US$ 100.00 centavos por libra, mencionado pelos baixistas.
No pit de opções foram compradas calls (opções de compra) de US$ 400.00 centavos por libra, um ticket de “loteria” para um “evento escondido”, como bem classifica Arnaldo Corrêa em suas abordagens de gerenciamento de risco.
Tecnicamente um rompimento do nível de US$ 125.95 centavos deve trazer mais recompras dos fundos, enquanto a quebra dos US$ 119.75 pode atrair novas vendas de especuladores.
Uma ótima semana e muito bons negócios a todos.