Publicado originalmente em inglês em 04/05/2021
- Resultados do 1º tri serão divulgados na quarta-feira, 5 de maio, antes da abertura do mercado;
- Expectativa de receita: US$ 33 bilhões;
- Expectativa de lucro por ação: US$ 1,05.
Este início de ano tem sido espetacular para a General Motors (NYSE:GM) (SA:GMCO34). Suas ações dispararam até agora 38%, um desempenho três vezes melhor do que o do S&P 500.
Quando a maior fabricante de automóveis dos EUA divulgar seu balanço amanhã, os investidores ficarão de olho no futuro, em meio à atual escassez de circuitos integrados, que está forçando as empresas do setor a reduzir a produção.
As fabricantes automotivas de todo o mundo estão enfrentando gargalos de produção após uma disparada na demanda de produtos como notebooks e celulares durante a pandemia, o que gerou essa falta de chips. O aumento global da demanda de semicondutores deve continuar por alguns anos, de acordo com o novo CEO da Intel (NASDAQ:INTC) (SA:ITLC34), Pat Gelsinger.
A companhia está reformando algumas de suas fábricas para aumentar a produção e enfrentar essa escassez de chips na indústria automotiva, declarou ele em uma entrevista ao programa 60 Minutes, da CBS. Podem ser necessários alguns meses até que as restrições de oferta comecem a arrefecer, complementou.
A Ford (NYSE:F) (SA:FDMO34), rival da GM, disse aos investidores na semana passada que a falta de circuitos integrados reduzirá seu lucro ajustado antes de impostos em US$ 2,5 bilhões, na extremidade superior das estimativas fornecidas em fevereiro. A companhia declarou também que essa situação a forçará a reduzir a produção do segundo trimestre pela metade, mas espera que tudo melhore depois de junho.
Mesmo assim, o lucro da GM no 1º tri deve apresentar um forte repique em comparação com o mesmo período do ano passado, quando a demanda de carros colapsou na primeira onda da pandemia. As vendas de automóveis da GM cresceram 3,9% no trimestre, afirmou a companhia no mês passado.
Sólido ano pela frente
A força nas entregas de utilitários esportivos, como Chevrolet Traverse de médio porte e o Cadillac Escalade de grande porte, ajudou a compensar as vendas menores de veículos que haviam sido impactadas pelos fechamentos das fábricas em Ontário e no México.
Apesar desses empecilhos à produção, a GM espera um sólido crescimento neste ano.
A economista-chefe da empresa, Elaine Buckberg, disse em um informe:
“A confiança e os gastos dos consumidores continuarão aumentando graças ao estímulo do governo, ao avanço da vacinação e à progressiva reabertura da economia. A demanda automotiva continuará forte ao longo do ano”.
A empresa sediada em Detroit também está sendo favorecida pela aceleração do seu plano de recuperação traçado pela CEO, Mary Barra, que revelou, no ano passado, mais de US$ 2 bilhões em novos investimentos em veículos elétricos, como parte do seu plano de acabar com os veículos movidos a gasolina e diesel em seus showrooms em todo o mundo até 2035.
Esses passos, aliados às fortes vendas, mostram que a empresa está em melhor posição para enfrentar grandes disruptores do setor, como a Tesla (NASDAQ:TSLA), que tem uma ampla vantagem no mercado de carros elétricos.
De acordo com Adam Jonas, analista automotivo do Morgan Stanley (NYSE:MS), as decisões estratégicas de Barra, como a saída da Europa e a aquisição da startup de veículos autônomos Cruise, colocaram a empresa em melhores condições de competir no mercado de VEs.
Conclusão
A GM deve apresentar um impressionante crescimento do lucro amanhã, mas sua perspectiva futura é incerta devido à escassez de chips, que está impactando as cadeias de fornecimento do setor. Dito isso, as ações da GM continuam sendo a melhor aposta entre as fabricantes de veículos americanas, graças à sua iniciativa de competir no mercado de VEs.