Garanta 40% de desconto
🚨 Mercados voláteis? Descubra joias escondidas para lucros extraordináriosDescubra ações agora mesmo

Governo e Pandemia: Urge Mudar o Discurso

Publicado 22.03.2021, 17:13
Atualizado 09.07.2023, 07:32

A semana passada não foi nada positiva para Bolsonaro e, certamente, para o país. O governo esteve sempre pressionado para adotar novo discurso sobre como lidar com a pandemia, mas o presidente sempre volta ao tema de ser contra a ciência e fazer fé em seus credos de ser contra a vacinação, o uso de máscara, contra o isolamento e necessidade de lockdown; e ainda sendo acusado de fazer corpo mole com relação a comprar vacinas para imunizar a população.

Resultado disso é que já estamos no quarto ministro da Saúde (ainda sem assumir em plena pandemia), vacina precária num país que tinha essa expertise (vacinamos pouco mais de 5% da população), segundo colocado no ranking mundial de óbitos (passamos a Índia) e, nesse ritmo, vamos passar também o primeiro do ranking, os EUA, que atingiu a meta de vacinar 100 milhões bem antes do prazo de 100 dias dado por Biden. Deixamos de entrar na fila para receber vacinas dos EUA, com Canadá e México já recebendo, falta oxigênio em hospitais, enfermarias lotadas (vários estados já acima de 90% de lotação e outros passando de 100%), e nem sequer temos kits para intubação de pacientes considerados graves.

Viramos os "párias da covid-19" aos olhos do mundo, hoje somos reconhecidos como maior risco global para a covid-19. Numa situação como essa, inevitável seria a sociedade se movimentar. Desde a semana passada, vários estados e municípios iniciaram novos programas de isolamento social, como Bahia, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, DF e a cidade do Rio de Janeiro. Isso acendeu a sanha de Bolsonaro, que vociferou que “não colocaria seu exército nas ruas, para cumprir decretos de governadores e prefeitos”. Isso, além de aparecer sem máscara em público.

Bolsonaro chegou a insinuar a adoção de estado de sítio, no que foi interpelado pelo ministro Fux do STF, após ter encaminhado ao STF contra decisões de governadores e prefeitos de fechamento. Claro que essa polarização agravou ainda mais a situação, com cobranças dos entes federativos de mais ação, explicitada pelos presidentes da Câmara e do Senado. Aparentemente, a “Lua de Mel” com o centrão está terminando, o que torna tudo mais complicado pela fragmentação da base de apoio do governo para acelerar e produzir reformas estruturantes.

Para complicar um pouco mais a situação do presidente, durante o último final de semana, foi lançada uma carta aberta à população por ex-ministros, ex-dirigentes do Banco Central, banqueiros e muitos economistas formadores de opinião; criticando a postura do governo e exigindo medidas que vão desde o uso corrente de máscaras até medidas de isolamento e ações do ministério da Saúde, ainda sem titular.

Para ficarmos próximos da verdade, parece que agora teremos mais vacinas, em que pese o atraso do imunizante AstraZeneca (LON:AZN) (SA:A1ZN34) que viriam da Índia. Foi notícia que o governo fechou contrato de fornecimento com a Pfizer (NYSE:PFE) (SA:PFIZ34) e Jansen para 138 milhões de doses, além de ter liberado estoques que seriam da segunda dose dos já vacinados, o que acaba trazendo risco de não haver vacinas suficientes e no prazo para quem deve tomar a segunda dose.

O ex-presidente Temer, que tem funcionado como um conselheiro informal de Bolsonaro, disse que, se fosse ele, pediria desculpas para a sociedade pelos erros e omissões e estenderia a mão para uma trégua com os demais poderes em prol da nação. Mas será que Bolsonaro teria essa humildade? Respondendo: pelo passado histórico, não. A ala militar de seu governo meio que submergiu nesse período mais crítico que agrega a queda de popularidade em todas as pesquisas, o que também não é bom sinal.

Ao longo da semana e final de semana, apesar de Bolsonaro não ter mudado seu discurso e dizer para apoiadores que “só Deus tiraria ele do governo”, alguns ministros e executivos saíram em campo para defender a vacinação, com Paulo Guedes chegando a dizer que a imunização era a melhor política fiscal para o momento, enquanto outras desandavam a falar sobre privatizações, reformas e recuperação econômica. Mas todos sabemos que esse não é o melhor ambiente para reformas.

É preciso fazer um pacto de convivência e apoio para tentar domar a pandemia e preparar ajustes. Não dá para tapar o sol com a peneira e dizer que estamos melhores. É preciso colocar todos em sintonia: os três poderes, os demais entes da federação e, principalmente, a população que está exaurida e com muito medo, já que estamos bem próximos de 300 mil óbitos.

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios .

Últimos comentários

Melhor afrontar essas pessoas aqui do que correr o risco de nossos filhos/netos terem de enfrentá-los (os pobres por eles convencidos, claro) em campo de batalha.
Como disse o “Ex - Bandido José Dirceu” : VAMOS TOMAR O PODERPelo cenario atual ELES já tomaram !
Não gosto do Bozo, mas odeio ainda mais os fascistas
Parece que há dupla interpretação nos discursos e nas informações emitidas pelo presidente Bolsonaro. É uma decepção ler um artigo com informações tão distorcidas.
Vice certamente não precisa saur todos ps dias para ganhar onpão de cada dia . O duscurso defendendo a proibicso de tudo , até de respirar ja há vários , mesmo a ciencia não comprovando , até pelo contrario , vide NY e Argentina. O virus veio para ficar , vacina não irá fazer sumir do mapa. Os cuidados de mascara, higiene pessoal, tratamento nos primeiros sintomas, e vagas em hospitais (gestores investirem nisso) é a saída ou o caminho que temos . Economia e saude andam juntas . Sem ideologias ou ideia pre-concebidas, todos sentem com essa pandemia , pessoas , instituições e a economia . As vacinas , cuidados e tratamentos estão aí e já é a reação a esse momento . Ficar em casa é para quem pode , a economia não é macro , é aquele que se reduz em termos dinheiro para comer , não é PIB, cambio , mercado ...saia de casa e veja a realidade do mundo .
Até julho as coisas vão mudar. Quero saber qual funcionário público já reduziu seus vencimentos em contribuição ao país por conta da covid?
Saudades da Dilma...
bolsonaro fala muita borracha, isso ate eu sei, mas no background as coisas tem acontecido, nao da pra comparar outros paises com o brasil, vivemos sob a sombra de muitos anos de pt/psdb que pilharam todos os recursos do pais, eh ate dificil de imaginar que ainda estamos em pé
Bozo retardado, compre vacinas.Querenos o crescimento do Brasil.
não concordo. acredito que o Sr. escreveu esse artigo com viés ideológico. certamente já está pensando o que melhor lhe convém para 22. Vimos hoje problemas em vários países desenvolvidos, onde está demonstrando que muitos estão fazendo do mesmo e não estão obtendo resultado.
Mimimi do dito viés ideológico, o artigo traz o momento atual que estamos vivendo! Apenas!
esqueceu de comentar nesse seu rico artigo, que somos o quinto, isso mesmo o quinto país que mais vacinou, perdemos apenas para os USA, China, Reino Unido, Índia.
Talvez não seja de propósito, absolutamente nenhum socialista consegue diferenciar um fato de uma narrativa, se conseguissem já teriam questionado a si mesmos (um mínimo de auto crítica pelo amor de Deus) e não se atreveriam a dar palpite em nada, frente ao que produziram na educação, na economia (inflação e recessão uma façanha) e nas estatais. E ainda quer falar de quem produziu récordes na criação de empregos e na redução da violência. Nunca mais toleraremos um governo de matriz socialista pois aprendemos que vocês não toleram o resultado das urnas. Deveríamos quebrar o sigilo bancário dos jornalistas. Grana de gringo ? Lei de segurança nacional.
Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.