O petróleo WTI recuava pelo segundo dia seguido, movimento que se repetiu em seis das últimas oito sessões.
Somente na sexta-feira, a commodity energética afundou quase 7%, seu maior recuo desde abril, como parte do sentimento negativo ocasionado pela maior alta de juros do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) em 28 anos. A valorização do dólar pode acabar tornando o petróleo muito caro, por estar precificado na moeda americana. Com isso, o mercado rapidamente reprecificou a commodity de acordo com o valor atualizado em sua moeda subjacente.
Além da influência da política monetária dos EUA sobre o mercado petrolífero, o WTI está em uma tendência de alta de longo prazo. De fato, esse movimento deve continuar, desde que as preocupações com a oferta mantenham os preços em alta, situação que deve perdurar enquanto a guerra da Rússia na Ucrânia persistir. Os distúrbios na oferta da Líbia também podem desencadear uma nova pernada de alta.
Mas o gráfico técnico semanal não está refletindo esses fundamentos.
O preço pode ter concluído uma Estrela da Tarde, um padrão de reversão baixista formado por três velas, à medida que o preço se aproximava dos níveis de março, que foram os mais altos desde 2008. Além disso, o MACD concluiu um topo duplo, enquanto o IFR registrou um segundo fundo, estabelecendo uma tendência de baixa.
Mesmo assim, o petróleo segue em tendência de alta. Todos esses sinais sugerem que o mercado está pronto para uma correção, embora isso não necessariamente possa acontecer.
No gráfico diário, o potencial de uma correção não está totalmente descartado, porém parece mais restrito.
O petróleo vem sendo negociado dentro de um canal de alta, após o preço completar um triângulo simétrico. O alvo simplificado do padrão, medido por sua altura a partir do ponto de rompimento de US$ 103, é de US$ 127. No entanto, os ativos negociados livremente não se movem em linha reta. Eles oscilam de um extremo a outro, conforme o sentimento muda entre o medo e o apetite para o risco.
Dessa forma, podemos dizer que pode ocorrer uma correção dentro de uma tendência de alta. O preço abriu com gap de baixa hoje, abaixo da média móvel de 50 dias. Ao mesmo tempo, o Índice de Força Relativa, que mede momento, e o MACD, que compara preços via médias móveis curtas e longas, forneciam sinais de venda, depois de atingir o pico e perder seus suportes.
Contudo, com base nos sinais e na atividade recente, já parece estar ocorrendo uma correção. Dessa forma, apresentamos uma visão mais estreita para ajudar a calcular um possível posicionamento de entrada.
O preço completou uma flâmula, que representa uma pausa no mercado, após uma desvalorização de 10% em 7 das últimas 8 horas de negociação. Um rompimento de baixa sinalizaria uma retomada da liquidação, de acordo com a formação da bandeira.
Estratégias de negociação
Traders conservadores devem aguardar o preço demonstrar suporte e formar uma base, antes de abrir uma posição de compra.
Traders moderados devem aguardar essa evidência de acumulação e vender um rali com stop-loss que faça sentido para suas circunstâncias.
Traders agressivos poderiam vender, desde que a bandeira no gráfico horário seja concluída com um rompimento de baixa, ou comprar caso a bandeira se desfaça e os investidores forcem o preço de volta para cima da consolidação. Você deve ter um plano operacional rigoroso. Apresentamos abaixo uma sequência genérica de negociação:
Exemplo de operação 1 – Venda agressiva (USD)
- Entrada: 108
- Stop-Loss: 109
- Risco: 1
- Alvo: 104
- Retorno: 4
- Relação risco-retorno: 1:4
Exemplo de operação 2 – Compra agressiva (USD)
- Entrada: 104 (se o preço repicar e retestar esse nível)
- Stop-Loss: 100
- Risco: 4
- Alvo: 124
- Retorno: 20
- Relação risco-retorno: 1:5