Uma carta para o futuro
Temer sabe escrever
Temer viu distorcidas suas conversas com Dilma, e resolveu escrever uma carta de primeiras estórias.
As conversas vazavam, a carta deu de vazar também.
A diferença é que a carta é o ipsis litteris.
Me alembra do que falamos ontem: a política obedece à sua própria microestrutura.
No momento, a carta de Temer é mais importante do que “riots on the streets”.
Espero que os investidores gringos tenham condições de traduzi-la.
O pacote
O Ibovespa até que tentou traduzir Temer, mas a balança comercial da China atrapalhou, pegando Vale em cheio.
Importações chinesas recuaram pelo 13º mês consecutivo.
Exportações caem há cinco meses.
Está todo mundo esperando um pacote de estímulos para acordar a China em 2016.
A experiência brasileira ensina que pacotes de estímulos são a espera prolongada.
Precisamos chegar logo à terceira margem do rio.
Podemos ir saltando sobre pacotes frágeis e instáveis.
Ou podemos atravessar uma ponte.
A ponte
No fim da tarde de ontem, antes da carta vazar, Temer falou a empresários na Fecomércio.
Detalhou sua ponte para o futuro.
Menor carga tributária, enxugamento do Estado, mudanças na previdência, fim dos reajustes automáticos do salário mínimo, desvinculação das receitas da União.
Um plano de governo ao gosto da economia.
Foi chamado pelos empresários de presidente Temer, aplaudido de pé.
Era como se lhe dissessem:
"Pai, o senhor me leva junto, nessa sua canoa?"
No que num engano
Em carta divulgada nesta semana, o Instituto Brasileiro de Economia da FGV explica a diferença entre Barbosa e Levy.
"A diferença é de estratégia, não de objetivo".
A que me consta, isso funciona para todas as diferenças em pauta na história da humanidade.
O objetivo é sempre um só: chegar à terceira margem. Mas a estratégia é o que importa.
Aquilo que não havia, acontecia.
Nelson Barbosa é da FGV. Joaquim Levy é de Chicago.
Está aí uma diferença relevante.
Trocando B por A
Na nossa casa, a palavra doido não se falava, nunca mais se falou, os anos todos.
Não se condenava ninguém de doido. Ninguém é doido. Ou, então, todos.
Todos confiamos no Governo para a aposentadoria, este mesmo Governo que tanto criticamos.
Sentido não faz. A previdência pública não pode ser sua primeira opção.
Que tal migrar para o verdadeiro Plano A?
Posso mostrar aqui como uma mudança simples na maneira com que você aplica seu dinheiro lhe renderá um futuro tranquilo.