Os futuros do café voltaram a acumular queda nesta semana, pressionados pelo fortalecimento do dólar e por indicadores técnicos negativos. No Brasil, a moeda norte-americana foi cotada, ontem, a R$ 3,4685, com alta de 1,6% em relação ao fechamento da semana anterior. O movimento de alta foi estimulado pelo conturbado cenário político doméstico e pelas expectativas quanto ao aumento da taxa de juros dos Estados Unidos.
O clima está favorecendo o desenvolvimento da safra 2016/17 de café, que será de bienalidade negativa. Segundo a Climatempo, as regiões produtoras foram beneficiadas por bons volumes de chuvas, que chegaram a 100 mm em pontos isolados do Sul de Minas, no acumulado de novembro. Para a próxima semana também estão previstas chuvas recorrentes no sul e no leste mineiros, que podem variar de 70 a 100 mm.
Estatísticas divulgadas pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) mostram pequeno crescimento das exportações brasileiras de café em grão, em novembro. Foram 3 milhões de sacas de 60 kg embarcadas, com aumento de 0,8% em relação ao volume registrado em outubro. A receita cambial gerada foi de US$ 535,9 milhões, 4,55% superior à do mês anterior. Porém, em comparação com o mesmo período de 2015, houve redução no volume (3,74%), mas o valor exportado, em dólares, foi 16,2% superior.
Na ICE Futures US, o vencimento março do Contrato C foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,449 por libra-peso, com queda de 1.050 pontos em relação ao fechamento da semana passada. O vencimento janeiro do contrato futuro do robusta, negociado na ICE Futures Europe, encerrou o pregão de ontem a US$ 1.990 por tonelada, com desvalorização de US$ 42 ante a última sexta-feira.
O mercado doméstico apresentou baixa liquidez de negócios. Os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon foram cotados, ontem, a R$ 526,27/saca e a R$ 475,75/saca, respectivamente, com variações de -4,3% e 1,2% na comparação com o fechamento da semana anterior.