Vamos fazer um exercício de geografia. Se pegarmos a cidade de Vargem Bonita (SC) e traçarmos um raio de 200km, teremos o seguinte mapa:
Dentro deste raio, temos todo o oeste catarinense, parte do norte gaúcho e parte do sul paranaense. Isso inclui cidades como: Concórdia, Chapecó, Seara, São Miguel do Oeste, Erechim, Frederico Westphalen, Não-Me-Toque, Pato Branco e Francisco Beltrão. O que tem de especial nessas cidades? A agroindústria, principalmente do setor de frigoríficos.
Apesar de um pouco trivial, muita gente nunca tinha parado para pensar que a carne que o Brasil fabrica é transportada em caixas de papelão. Pelo fato de não ser a embalagem primária, até porque a carne é um alimento perecível e “solta” muito líquido, essas caixas de papelão não entram em contato direto com o alimento. Isso permite que as caixas sejam fabricadas tanto com fibras virgens (papel nunca usado) quanto com aparas (papelão reciclado). Ou seja, as indústrias dessas cidades acabam demandando bastante papelão, e quem estiver por perto acaba levando vantagem por poder oferecer fretes menores.
Quem mora no interior sabe que a distância de 200km entre duas cidades é relativamente tranquila. É até comum casos de pessoas que moram em uma cidade e trabalham em outra a essa distância. Então escolhemos Vargem Bonita ao acaso? Nem um pouco.
Ali fica a principal planta da Irani (RANI3 (BVMF:RANI3)). Como podemos perceber, é uma localização totalmente estratégica. Segundo a própria empresa, cerca de 70% dos clientes são do ramo de alimentos, a maioria do setor de proteína e frigoríficos. É como se ela fosse uma fabricante de máquinas de perfuração do solo para coletar petróleo em pleno Oriente Médio.
Para se ter uma ideia da relevância da região sul para este mercado, o Brasil foi o maior exportador de carne de frango em 2022, segundo a USDA/ABPA, sendo a região sul responsável por 78,88% das exportações (segundo a SECEX). Ao mesmo tempo, o Brasil foi o 4º maior exportador de suínos do mundo, segundo a USDA/ABPA. Só o estado de Santa Catarina foi responsável por 54,64% dessas exportações (segundo a SECEX).
Que o Brasil é uma potência global na agroindústria, não é segredo! O que muita gente deixa passar é que ainda há um espaço enorme para o crescimento das exportações, principalmente para a China.
Segundo a Folha de São Paulo, desde 2019 a China não habilita novos frigoríficos brasileiros para importação. O atual governo Lula, municiado pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), está fazendo uma das coisas que sabe fazer de melhor: lobby para construir acordos comerciais.
E existem indicativos de que dessa vez a China vai reabrir o mercado para novos frigoríficos. Prova disso foram 4 novos frigoríficos habilitados em março de 2023. Além disso, precisamos lembrar que o padrão de consumo chinês está mudando e a população está começando a demandar mais carne bovina.
Com este gatilho acontecendo, as exportações podem ter um crescimento ainda maior e é quase certo que a Região Sul manterá o seu protagonismo. Isso irá favorecer diretamente a Irani, pois grande parte dos seus clientes são deste mercado e desta região.
Será que a Irani vai conseguir dar conta de um aumento da demanda? Bem, a companhia está focada em melhorar sua eficiência operacional com a Plataforma Gaia, que vai começar a ganhar tração no segundo semestre de 2023. Pode ser que a empresa finalmente esteja acertando o timing e consiga aproveitar esse ganho operacional na hora certa.
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