Panorama Semanal de 11 a 15 de junho
Os juros americanos deram o tom do noticiário econômico. Outros pontos de destaque foram o ambiente de incertezas no Brasil, frente a um cenário eleitoral complexo, e o encontro histórico entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un. A liberação de recursos do PIS/Pasep também ganhou espaço nos jornais.
O Fed (banco central americano) subiu os juros em 0,25 ponto percentual, levando a taxa para o intervalo entre 1,75% e 2% ao ano. A autoridade monetária informou que haverá ainda mais duas altas até o fim deste ano, num total de quatro. O comunicado mexeu com o mercado, pois a decisão altera o fluxo de capitais no mundo.
O encontro de Trump com Kim Jong-un em Cingapura foi bem-sucedido, embora faltem detalhes na declaração assinada ao fim do evento. Espera-se, a partir de agora, mais diálogo entre os dois países e menos ameaças. A desnuclearização da Península Coreana está entre as promessas vagas resultantes da reunião. Kim aceitou convite de Trump para ir aos EUA.
E nesta sexta-feira, a expectativa é que o governo de Trump anuncie a lista de itens importados da China que serão afetados por tarifas, num total de R$ 50 bilhões. A medida é foco de tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo.
Outro destaque global, além do início da Copa do Mundo na Rússia, foi a aprovação, na Argentina, da legalização do aborto pela Câmara dos Deputados.
No Brasil, o governo liberou, a exemplo do FGTS, recursos do PIS/Pasep para estimular a economia. Cerca de 28 milhões de pessoas deverão ter acesso aos benefícios, o que deve movimentar R$ 39 bilhões.
O índice do Banco Central que mede a atividade no país, o IBC-Br, avançou 0,46% em abril. A taxa positiva, no entanto, não reflete o movimento de greve dos caminhoneiros e seus impactos.
Na vida real, repercute o reajuste dos planos de saúde este ano, fixado em 5,72% pela Justiça, mas contestado pela ANS.
O ministro do STF Luiz Fux ordenou a suspensão de todos os processos que tramitam na Justiça sobre a questão polêmica da tabela de preços mínimos do frete – que foi uma das exigências dos caminhoneiros para encerrar a greve da categoria há poucas semanas. De acordo com Fux, decisões distintas por vários juízes poderiam gerar conflitos e controvérsias.
Em paralelo, os caminhoneiros e os produtores rurais (que se viram prejudicados com a tabela dos preços mínimos) tentam negociar e fechar um acordo para definir os valores dos fretes.
No Supremo, a Primeira Turma decidiu que a restrição do foro privilegiado vale também para ministros, a exemplo do que já havia decidido para parlamentares. Assim, apenas os casos ocorridos durante o mandato dos ministros devem continuar no STF, e desde que tenham relação com o exercício da função pública.
E o STF também determinou o fim da condução coercitiva contra investigados.
Por causa da decisão do Fed e de questões conturbadas do cenário político econômico local, mesmo com atuação do BC no mercado cambial, o dólar encerrou a quinta-feira em alta de 2,61%, cotado a R$ 3,812. O Ibovespa registrou desvalorização de 0,97% no pregão de quinta-feira, aos 71.421 pontos.
Obrigada, bom fim de semana e até o próximo Panorama Semanal.
*Dados atualizados até o dia 15/6, às 10h.